O governo da Indonésia suspendeu novamente as buscas pela brasileira Juliana Marins, de 26 anos, desaparecida desde sábado (22) durante uma trilha no Monte Rinjani, segundo vulcão mais alto do país. A informação foi confirmada pela própria família por meio de uma conta criada nas redes sociais para divulgar atualizações sobre o caso.
Juliana foi localizada por drones, após supostamente cair em uma encosta de difícil acesso durante a trilha. No entanto, mesmo com a localização confirmada, o resgate foi interrompido às 16h no horário local (5h em Brasília) devido às más condições climáticas. De acordo com os parentes, as equipes de salvamento não atuam durante a noite, o que prolonga a exposição da jovem a condições severas, sem acesso a água, comida ou agasalhos há mais de três dias.
Família denuncia lentidão e negligência no resgate
Em nota publicada no Instagram, os familiares afirmaram que o parque onde Juliana desapareceu continua operando normalmente para turistas, enquanto a jovem aguarda socorro. “Juliana vai passar mais uma noite sem resgate por negligência!”, criticou a família em uma das postagens.
A irmã da brasileira, Mariana Marins, disse que a família tem recebido informações desencontradas das autoridades locais e acusa o governo da Indonésia de falta de transparência e lentidão nos esforços de resgate.
“Não sabemos o estado de saúde dela”, escreveu Mariana.
Segundo o relato, uma equipe teria iniciado a descida até o ponto onde Juliana foi avistada, mas a operação foi novamente pausada, gerando indignação dos parentes e uma crescente comoção nas redes sociais.
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil confirmou, por meio de nota, que acompanha a situação e está em contato com as autoridades indonésias. Até o momento, no entanto, não há informações sobre um possível reforço brasileiro na operação de resgate.
O governo brasileiro também não confirmou oficialmente a localização de Juliana, embora reconheça que ela foi vista por drones operados por outros turistas.
Monte Rinjani: trilha perigosa em terreno hostil
Juliana estava em uma expedição pelo Monte Rinjani, localizado na ilha de Lombok, conhecido por ser um dos destinos turísticos mais desafiadores da Indonésia. Com 3.726 metros de altitude, o vulcão tem trilhas de alto grau de dificuldade, com trajetos que podem durar até quatro dias.
A jovem, que estava acompanhada de outros turistas, foi vista pela última vez por volta das 17h10 de sábado, em imagens feitas por drone, sentada em uma encosta após o suposto acidente. Vídeos publicados em redes sociais mostram Juliana momentos antes da queda, caminhando pela vegetação e brincando com uma colega sobre a névoa que dificultava a vista.
O itinerário da trilha incluía um percurso de três dias e duas noites, de 20 a 22 de junho.