A Argentina enfrenta uma nova crise no setor aéreo. A Associação de Técnicos e Empregados de Proteção e Segurança à Navegação Aérea (ATEPSA) anunciou um cronograma de nove paralisações que deve afetar aeroportos de todo o país entre 3 e 30 de novembro, com impactos imediatos sobre os voos de carga — e possibilidade de que os voos comerciais também sejam atingidos caso o impasse se prolongue.
Os controladores aéreos afirmam que o movimento ocorre devido ao descumprimento de acordos trabalhistas firmados com a Empresa Argentina de Navegação Aérea (EANA), especialmente em relação ao convênio coletivo e aos reajustes salariais. As paralisações terão duração de oito horas cada, em dias alternados (3, 6, 9, 14, 24, 27 e 30 de novembro).
A ATEPSA também anunciou a suspensão de atividades de manutenção tecnológica e treinamentos de pessoal, o que pode comprometer o funcionamento de sistemas de navegação e segurança aérea. Segundo o sindicato, apenas voos sanitários, humanitários e de emergência serão garantidos durante o período de greve.
EANA contesta e fala em “motivações políticas”
Em resposta, a EANA classificou as medidas como “ilegítimas” e negou ter descumprido acordos salariais. A empresa estatal afirmou que o acordo coletivo “está em plena execução e termina em dezembro”, acusando a direção sindical de agir por motivos políticos.
“O sindicato nunca demonstrou disposição para negociar. Essa greve tem o único objetivo de prejudicar os serviços e os usuários”, afirmou a EANA em nota.
Risco de efeitos em voos comerciais
Embora, a princípio, as paralisações atinjam apenas os voos de carga, autoridades do setor aéreo argentino já admitem a possibilidade de reflexos em voos comerciais, especialmente se houver atraso na manutenção de equipamentos de navegação ou escalas de treinamento.
Empresas que operam rotas entre o Brasil e a Argentina — incluindo voos para Buenos Aires, Córdoba e Mendoza — monitoram o cenário e não descartam ajustes de horários ou cancelamentos pontuais nos próximos dias.
O governo argentino ainda não anunciou medidas concretas para conter a paralisação, mas fontes ligadas ao Ministério dos Transportes afirmam que tentativas de mediação devem ocorrer antes da próxima rodada de greve, prevista para quinta-feira (6).




