Nos últimos meses, o tadalafila, remédio para o tratamento de disfunção erétil, ganhou popularidade entre os frequentadores de academias como um “pré-treino”. Aproveitando a febre, a FB Manipulação Ltda lançou uma bala gummy feita do remédio, com o nome de “Metbala”. Mas a Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária – já interviu, proibindo comercialização, a distribuição, a fabricação, a manipulação, a propaganda e o uso da bala.
Segundo o comunicado da Agência, a bala à base de tadalafila foi banida porque não possui qualquer tipo de regularização. Essa regularização é o que garante que o produto possui eficácia, segurança e qualidade. Além disso, a empresa que a fabricou não tem autorização da Anvisa para fabricar medicamentos.
“A proibição também se aplica a qualquer pessoa, física ou jurídica, ou veículos de comunicação que comercializem ou divulguem esse produto”, afirma o comunicado. Quem fizer propaganda da bala – ou de qualquer outro produto proibido pela Anvisa – está cometendo infração sanitária e está sujeito a penalidades.
Tadalafila como pré-treino é seguro?
O tadalafila se popularizou como pré-treino por alegações de que ele ajudaria a “crescer os músculos”, mas o médico Luiz Otávio Torres, presidente da Sociedade Brasileira de Urologia, destacou em entrevista ao g1 que não existe nenhuma comprovação científica sobre esse uso. “Os poucos estudos que avaliam a tadalafila para ganho de massa muscular foram feitos com 40 ou 50 voluntários, o que é muito pouco”, completou o médico.
Também ao g1, a farmacêutica Amouni Mourad, assessora técnica do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo, alertou para os riscos do uso de medicamentos de forma recreativa. “Qualquer medicamento só deve ser usado na pessoa certa, no tempo certo e da forma certa.”
“A tadalafila também pode causar dor de cabeça, dor muscular ou entupimento de nariz, mas é uma coisa para o paciente avaliar o custo-benefício”, completou Torres.