Medicamento para disfunção erétil, o tadalafila se tornou uma febre entre a geração mais jovem. Um levantamento obtido pelo g1 revelou que a venda do remédio no Brasil cresceu 20 vezes em apenas uma década. Curiosamente, a moda do medicamento chegou até no público feminino. Mas será que o tadalafila realmente tem algum benefício para as mulheres?
Nas redes sociais, circulam várias publicações afirmando que o uso do medicamento seria indicado para aumento da libido feminina, além de melhorar a performance física e potencializar o emagrecimento. Essa suposta melhora na libido seria devido ao fato do medicamento ser vasodilatador, aumentando o fluxo sanguíneo para várias partes do corpo – o que incluiria a região clitoriana, explicando o aumento de prazer.
O tadalafila realmente tem algum benefício para as mulheres?
Em entrevista para a Folha de São Paulo, o professor de farmacologia da Universidade Vila Velha, no Espírito Santo, Thiago de Melo, falou sobre os supostos benefícios do tadalafila para as mulheres. Quando o assunto é sexo, ele reconheceu que o medicamento pode ser uma opção para mulheres que têm dificuldade de atingir o orgasmo, mas não é a primeira opção de tratamento.
Agora, quando o assunto é performance física e emagrecimento, o professor explicou que não existem comprovações desses supostos benefícios. “Não há relatos claros de benefício para efeitos anabolizantes. Tem sido usado por profissionais da academia e esportistas amadores, mas não faz sentido nem para homens nem para mulheres”, afirmou Melo.
Uso indiscriminado do medicamento traz riscos
O uso do medicamento sem acompanhamento médico pode causar queda de pressão de arterial, tonturas e dor de cabeça e até problemas na retina.
“O uso indiscriminado da tadalafila pode causar coriorretinite, uma inflamação que afeta a retina e pode prejudicar a visão. Isso ocorre porque o medicamento inibe a enzima fosfodiesterase, que não está presente apenas no pênis, mas também na retina. Como resultado, a pessoa pode começar a ter visão turva ou escurecida”, explicou o professor de farmacologia à Folha.