Parece inofensivo, mas não conseguir levantar um objeto de 5 quilos — como uma sacola de compras, um saco de açúcar ou até um pequeno eletrodoméstico — pode ser um sinal de alerta para condições graves de saúde. É o que mostra um estudo conduzido por cientistas da Universidade de Sharjah, nos Emirados Árabes, com apoio do SHARE Berlin Institute, na Alemanha.
A pesquisa, publicada na revista Scientific Reports, analisou mais de 51 mil idosos com 50 anos ou mais, de 15 países diferentes, e identificou uma ligação direta entre dificuldade em levantar esse peso e o risco elevado de diversas doenças crônicas.
Riscos vão além da fraqueza muscular
Segundo os cientistas, os participantes que relataram dificuldade para levantar 5 kg apresentaram maior probabilidade de desenvolver:
- Doenças cardiovasculares, como infarto e hipertensão
- Osteoartrite e fraturas de quadril
- Doenças neurológicas, como Alzheimer e AVC
- Depressão e baixa qualidade de vida
- Colesterol alto e diabetes
- Diminuição da força nas mãos (baixa preensão manual)
A descoberta serve como indicador precoce de fragilidade muscular e possível porta de entrada para doenças mais sérias. De forma surpreendente, o risco elevado se manteve independente da idade ou do sexo dos participantes.
Diagnóstico sem custos e acessível
Os autores defendem que esse teste simples e cotidiano pode se tornar uma ferramenta de triagem poderosa, sem a necessidade de equipamentos clínicos caros.
Atualmente, a força muscular costuma ser medida com equipamentos médicos específicos, disponíveis apenas em clínicas e hospitais. O novo método, no entanto, pode ser feito em casa, de forma autônoma, rápida e sem custos.
De acordo com estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 1,7 bilhão de pessoas no mundo sofrem com condições musculoesqueléticas que afetam mobilidade e autonomia.
O principal motivo da limitação é a perda natural de massa e força muscular com o envelhecimento — condição conhecida como sarcopenia. Embora comum, ela não deve ser ignorada, já que se associa a um declínio funcional progressivo e ao aumento de risco de dependência e mortalidade precoce.