Publicado em 2020, um estudo citado pela Nasa, a agência pública espacial dos Estados Unidos, gerou enorme repercussão no Brasil por causa de uma afirmação um tanto quanto apocalíptica: de que algumas partes do país poderiam ficar inabitáveis até 2070. E o motivo por trás disso seria o calor extremo, resultado da crise climática que vivemos.
A pesquisa que falou sobre isso não fala especificamente do Brasil. Liderada pelo cientista Colin Raymond e publicada na revista científica Science Advances, a pesquisa mapeou eventos de calor extremo entre 1979 e 2017, em altas umidades do ar e temperaturas acima de 35ºC causaram risco de morte. Como podemos ver no mapa abaixo, o Brasil é um dos vários países mapeados nesse estudo.

Em 2022, esse estudo foi citado pelo blog da Nasa, onde o cientista líder, Colin Raymond, trabalha. Segundo o líder científico em Soluções Climáticas Naturais da The Nature Conservancy (TNC), Fernando Cesario, entrevistado pela Agência Brasil, esse estudo mostra que eventos de calor extremo podem acontecer muito mais cedo do que estudos anteriores antecipavam.
De acordo com Cesario, estudos mais antigos acreditavam que só iríamos atingir esses níveis daqui a 100, 200 anos.
Quais regiões do Brasil vão sofrer mais com calor extremo?
Segundo o geógrafo Fernando Cesario, as áreas com maior risco de registrar esses eventos extremos de calor são as regiões costeiras, áreas muito urbanizadas como Rio de Janeiro e São Paulo, e áreas próximas de grandes lagos ou baías, em que a evaporação da água é muito alta, como a Baia de Todos-os-Santos, na Bahia.