Em menos de uma semana do ar, a novela das seis “Êta Mundo Melhor!” já tem uma polêmica para chamar de sua. Comunidades ciganas acusaram a produção de racismo e anticiganismo por causa de cenas do primeiro capítulo, exibido na segunda-feira (30/06).
As cenas criticadas foram momentos em que a personagem Carmem, uma cigana vivida pela atriz Cristiane Amorim, negocia a venda de um bebê, o filho do protagonista Candinho (Sérgio Guizé), para a vilã Zulma (Heloísa Périssé).

Grupos representantes da comunidade cigana no Brasil detonaram a sequência em carta conjunta publicada nas redes sociais. Na carta, eles argumentam que a cena reproduz “estereótipos cruéis e coloniais”, como o mito de que os ciganos “roubam ou vendem crianças”. “Isso não tem base na realidade, apenas reforça o imaginário que já causou dor, perseguição e exclusão aos povos ciganos”, afirma trecho.
A carta defende que o Estado deveria intervir na propagação de imagens que marginalizam mais ainda a comunidade cigana e ainda exigiram uma retratação pública da Globo. “Anticiganismo é racismo e a Globo precisa responder”, completa o documento.
Procurada pela f5, a Globo ainda não se manifestou sobre as críticas. O autor do folhetim, Walcyr Carrasco também não falou sobre o assunto.
“Êta Mundo Melhor!”
Continuação do sucesso “Êta Mundo Bom!”, exibida lá em 2016, a trama acompanha o protagonista Candinho. A história começa quando o filho de Candinho, Júnior, desaparece depois de uma armação do vilão Ernesto (Eriberto Leão). A criança vai parar em um orfanato comandado pela cruel Zulma. Anos depois, Zulma descobre que a criança é a filha de Candinho, um milionário, e planeja um golpe.