A farmacêutica norte-americana Eli Lilly anunciou nesta segunda-feira que vai solicitar a aprovação mundial de seu novo comprimido para perda de peso, o orforglipron, após resultados positivos em estudos clínicos. O medicamento, voltado para pacientes com obesidade e diabetes tipo 2, ajudou participantes a perder em média 10,5% do peso corporal ao longo de 72 semanas, quando administrado na dose mais alta (36 mg ao dia).
De acordo com o estudo ATTAIN-2, metade dos pacientes que receberam essa dosagem conseguiu atingir a meta de perder 10% ou mais do peso inicial. Além do efeito sobre a balança, o tratamento também mostrou benefícios no controle da glicemia, com 85% dos voluntários reduzindo o índice de hemoglobina glicada (A1c) para menos de 7%, marca considerada ideal no manejo do diabetes.
O CEO da companhia, David Ricks, disse à CNBC que a expectativa é lançar o comprimido no meio de 2026, caso receba aprovação regulatória. A notícia animou o mercado: as ações da Lilly subiram cerca de 3% em Nova York, cotadas a US$ 717.
Disputa bilionária
O orforglipron se destaca por ser um agonista oral de GLP-1, classe de medicamentos até então dominada por injeções, como o Zepbound (da própria Lilly) e o Wegovy (da Novo Nordisk). A concorrente dinamarquesa, aliás, também busca aprovação para uma versão oral de seu remédio mais vendido, após resultados do estudo OASIS-4, que apontaram perda média de até 13,6% do peso com dose diária de 25 mg.
Apesar da eficácia, os especialistas lembram que todos os fármacos dessa classe podem causar efeitos colaterais gastrointestinais, como náuseas e vômitos. Mesmo assim, médicos destacam que a chegada de um comprimido pode ampliar o acesso e a adesão ao tratamento, já que muitos pacientes têm resistência a aplicações injetáveis.
Segundo o especialista em obesidade Louis Aronne, os dados comprovam o potencial do orforglipron: “Ele pode oferecer a mesma eficácia dos injetáveis, mas com a comodidade de um comprimido, o que expande as opções de tratamento.”
Com resultados promissores e concorrência acirrada, o novo medicamento promete movimentar ainda mais o mercado bilionário de terapias contra obesidade e diabetes nos próximos anos.




