Cerca de 600 militares da Marinha do Brasil e da Armada Argentina participaram da 38ª edição da Operação Fraterno, realizada entre os dias 7 e 15 de agosto na área marítima compreendida entre Rio de Janeiro (RJ) e Salvador (BA). O exercício naval, que envolveu fragatas, corveta, submarino, navios-patrulha e aeronaves de combate, foi anunciado nesta sexta-feira (22) pela Força Naval.
Do lado brasileiro, participaram a Fragata Independência, o Submarino Tikuna, os navios-patrulha Macaé e Guaratuba, o navio-varredor Aratu, além de um caça Skyhawk e um helicóptero Wild Lynx. A Armada Argentina enviou a Corveta Espora.
Entre os treinamentos realizados, destacaram-se os ataques antissubmarino, simulações de trânsito sob ameaça aérea, tiros de canhão contra alvos à deriva e exercícios de navegação em canais com minas marítimas. Segundo a Marinha do Brasil, o objetivo foi “aperfeiçoar o adestramento das equipes e fomentar a cooperação, com ganhos operacionais resultantes da troca de experiências”.
Para o Vice-Almirante Antônio Carlos Cambra, a iniciativa reforça não apenas a capacidade militar, mas também o compromisso diplomático. “A Operação Fraterno simboliza o compromisso de ambas as Marinhas com a cooperação e o fortalecimento dos laços de amizade”, declarou.
Distanciamento dos Estados Unidos
Enquanto Brasil e Argentina intensificam a cooperação, a relação com os Estados Unidos enfrenta turbulências. Após a recusa norte-americana em participar da Operação Formosa e o cancelamento de atividades conjuntas com a Força Aérea Brasileira, a Marinha e o Exército decidiram suspender outros exercícios militares que poderiam contar com presença dos EUA.
Nos bastidores, autoridades brasileiras acompanham com preocupação a movimentação de tropas americanas no sul do Caribe, próxima à Venezuela. A avaliação é que, sob o pretexto de combater o narcotráfico, o governo de Donald Trump possa intervir militarmente contra o regime de Nicolás Maduro, o que acende alertas sobre fluxos migratórios e riscos à soberania da América Latina.