A partir do segundo semestre de 2025, vítimas de roubo e furto de celulares Android no Brasil poderão contar com um novo aliado na hora de proteger seus dados pessoais: a própria Polícia Militar. Isso porque o Google anunciou, durante o evento Google for Brasil, uma parceria inédita com a Polícia Militar do Estado de São Paulo (PMESP) que permitirá aos agentes bloquearem remotamente aparelhos roubados mediante simples comunicação do número de telefone pela vítima.
A funcionalidade tem como base o recurso Bloqueio Remoto, lançado pela empresa em 2024, e será acessível aos policiais por meio do aplicativo Google Localizador, já instalado nos celulares gerenciados pela corporação via Android Enterprise. A medida faz parte de um pacote mais amplo de iniciativas de segurança que serão implementadas por padrão em novos dispositivos Android no país.
Como funciona o bloqueio remoto feito pela polícia
Ao ter o celular levado em um roubo ou furto, o cidadão poderá informar o número do telefone a um policial militar. O agente, então, acionará remotamente o bloqueio da tela do aparelho, impedindo o acesso imediato aos dados pessoais da vítima. O bloqueio pode ser revertido posteriormente com o uso da senha, PIN ou padrão cadastrados pelo usuário.
Para que o recurso funcione, é necessário que:
- O celular esteja conectado à internet;
- O Bloqueio Remoto tenha sido previamente ativado (nos novos aparelhos, virá por padrão);
- A vítima forneça o número correto ao policial.
Importante: essa funcionalidade não substitui o registro do Boletim de Ocorrência (BO) nem a comunicação do IMEI do aparelho — ambos ainda são essenciais para investigações e ações complementares.
Segurança e tecnologia no combate ao crime
A iniciativa surge em resposta ao alto índice de roubos de celular. Apenas entre janeiro e abril de 2025, a cidade de São Paulo registrou 24,7 mil ocorrências, segundo dados oficiais. Embora o número represente uma queda de 12,9% em relação ao mesmo período do ano anterior, a ameaça ainda é constante.
Para ampliar a proteção e agilidade nas ações de campo, os TPDs (Terminais Portáteis de Dados) dos policiais serão atualizados com o novo sistema ainda em junho. Os agentes já iniciaram o treinamento para operar os recursos com eficiência.
A Diretoria de Tecnologia da Informação da PMESP reforça que o bloqueio remoto pela polícia é uma medida emergencial de proteção de dados, e que não isenta o cidadão de registrar um BO ou de buscar o ressarcimento ou substituição do aparelho junto às operadoras ou seguradoras.