Motoristas que utilizam as rodovias do litoral paulista devem se preparar para mudanças significativas. O governo de São Paulo confirmou que a concessionária Novo Litoral instalará 15 pórticos de pedágio eletrônico (free flow) em todo o trecho sob concessão, sendo 12 deles na SP-055, que inclui as rodovias Manuel da Nóbrega e Doutor Manuel Hipólito Rego — principais ligações da Baixada Santista.
De acordo com o contrato assinado em outubro de 2024, válido por 30 anos, o consórcio — formado por CLD Construtora, Laços Detetores e Eletrônica e Companhia Brasileira de Infraestrutura (CBI) — deverá investir R$ 4,3 bilhões em melhorias, como duplicações, ciclovias e passarelas. O modelo adotado será o free flow, que cobra automaticamente pelo trecho percorrido, sem necessidade de praças de pedágio.
Quando começa e quanto vai custar
Segundo o cronograma aprovado pela Artesp (Agência de Transportes do Estado de São Paulo), os primeiros sete pórticos entrarão em operação em novembro de 2026, com os demais previstos para 2028, no quarto ano da concessão. A tarifa inicial será de aproximadamente R$ 2,00 por passagem, com desconto de até 20% para usuários frequentes.
O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) já descartou a suspensão das cobranças. Segundo ele, a arrecadação é essencial para financiar as obras previstas. “A cobrança só vai acontecer depois que o investimento for feito. Há muitos investimentos que ainda vão chegar”, disse o governador em visita à Baixada Santista.
Impacto e reação do setor
O anúncio se soma ao ajuste de tarifas em 31 rodovias paulistas, incluindo trechos de alto fluxo como as rodovias Castello Branco (SP-280), Anhanguera (SP-330), Bandeirantes (SP-348), Raposo Tavares (SP-270), Ayrton Senna e Carvalho Pinto (SP-070) e o Sistema Anchieta-Imigrantes (SP-150 e SP-160). Neste último, operado pela Ecovias, a tarifa subiu de R$ 36,80 para R$ 38,70.
O setor de transporte de cargas criticou a medida, alertando que os custos adicionais — somados ao preço do combustível — poderão elevar fretes e, consequentemente, os preços ao consumidor. Um levantamento do Instituto Paulista do Transporte de Cargas aponta que 80% das transportadoras pretendem reajustar seus serviços devido às novas tarifas e ao avanço do free flow, que será ampliado em todo o estado até 2030, com 55 pórticos previstos.