A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) decidiu não incorporar os medicamentos semaglutida e liraglutida, utilizados no tratamento da obesidade, à rede pública de saúde.
A decisão, baseada no alto custo de até R$ 7 bilhões para um período de cinco anos, tem gerado frustração entre pacientes que aguardavam a inclusão desses tratamentos no SUS.
Análise financeira rigorosa
A Conitec conduziu uma análise detalhada, incluindo consultas públicas com profissionais de saúde e a sociedade civil, sobre a viabilidade econômica das substâncias. O elevado custo anual dos medicamentos, como o da semaglutida, estimado em aproximadamente R$ 17.584,80 por paciente, foi um dos principais entraves.
As discussões também consideraram a necessidade de acompanhamento médico especializado, aumentando a complexidade de sua inclusão no SUS.
Desenvolvimento nacional como alternativa
A Fiocruz e a farmacêutica EMS firmaram um acordo neste mês de agosto para desenvolver versões nacionais desses medicamentos. Esta iniciativa visa reduzir custos e facilitar a futura incorporação no SUS.
Entretanto, a produção nacional está condicionada a uma nova avaliação favorável da Conitec, que ainda enfrenta desafios orçamentários.
Atualmente, a semaglutida não está disponível em serviços públicos no Brasil. A liraglutida, por sua vez, é utilizada em cidades de Goiás, Distrito Federal e Espírito Santo. A Prefeitura do Rio de Janeiro anunciou a intenção de integrar a semaglutida em seu protocolo de tratamento a partir de 2026.