Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, anunciou a imposição de uma tarifa de 50% sobre todas as exportações brasileiras, com início a partir do próximo dia 1º de agosto. A medida abrange diversos setores estratégicos do Brasil e foi justificada por Trump devido a preocupações com as investigações no Brasil contra Jair Bolsonaro e a decisões judiciais contra gigantes tecnológicas.
O presidente dos Estados Unidos anunciou que solicitou a abertura de uma investigação com base na Seção 301 da Lei de Comércio de 1974. O dispositivo legal autoriza a apuração de práticas comerciais consideradas prejudiciais aos interesses comerciais internacionais dos Estados Unidos, bem como a adoção de medidas compensatórias e retaliatórias.
A tarifa afeta produtos significativos nas exportações brasileiras, incluindo aeronaves, suco de laranja, ferro e aço semiacabados. O setor de aviação, por exemplo, que destina 63% de suas vendas aos EUA, enfrentará dificuldades na manutenção de preços competitivos.
Da mesma forma, o suco de laranja e produtos de aço estão entre os mais atingidos. A implementação dessa taxa poderá impactar diretamente a participação desses produtos no mercado americano, ameaçando empregos e a receita desses setores.
Justificativas de Trump
A decisão de Trump visa retaliar ações brasileiras que ele vê como lesivas ao comércio digital e à liberdade de expressão, mencionando ações do Supremo Tribunal Federal (STF) contra plataformas americanas.
O presidente dos EUA afirmou que tais medidas configuram ataques a princípios democráticos, especialmente relacionadas ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado.
Alternativas comerciais
Os efeitos imediatos da tarifação afetam as exportações brasileiras, levando a discussões sobre o redirecionamento de mercadorias para outros mercados, como a China. Apesar de serem grandes parceiros, a China e os EUA compram tipos diferentes de produtos do Brasil.
A pauta chinesa é mais focada em commodities, enquanto os EUA compram bens mais diversificados e de maior valor agregado, tornando complicado redirecionar completamente o fluxo comercial.
O governo brasileiro, liderado por Luiz Inácio Lula da Silva, declarou que, caso a tarifa seja mantida, poderá aplicar retaliações equivalentes a produtos americanos.