Quando muitos achavam que o gênero de super-heróis estava em declínio, Superman, dirigido por James Gunn e estrelado por David Corenswet, revitalizou o entusiasmo do público. Com US$ 217 milhões arrecadados no primeiro fim de semana, o longa não só reconstrói o herói mais icônico da DC, mas também prepara terreno para um universo cinematográfico mais amplo e conectado, recheado de referências e acenos à história editorial da editora.
Logo nas primeiras cenas, um detalhe chamou a atenção dos fãs: o mural da Sala da Justiça, que presta tributo a heróis antigos e obscuros, muitos deles nunca antes vistos nos cinemas.
Segundo Gunn, o novo Superman não é apenas um símbolo americano, mas um herói de “moralidade universal”, disposto a proteger os mais fracos em qualquer parte do mundo, “mesmo que isso o coloque em apuros”.
Essa visão se reflete na escolha dos heróis homenageados, que vão de lutadores urbanos a figuras místicas, velocistas e guerreiros históricos, sugerindo que o DCU será muito mais diverso e expansivo do que as versões anteriores.
Todos os super-heróis presentes no mural da Sala da Justiça
Pantera (Wildcat) – Ted Grant
Veterano dos quadrinhos, o boxeador Ted Grant é conhecido por treinar vários heróis, inclusive o Batman em algumas versões. Sua silhueta musculosa e o traje preto com orelhas felinas o destacam com facilidade.
Jay Garrick ou Max Mercury
A figura de um velocista com capacete alado remete a Jay Garrick, o Flash original, mas pode também ser Max Mercury, o velocista místico. A ambiguidade pode indicar que o legado dos velocistas será importante no novo DCU.
Cavaleiro Atômico (Atomic Knight) – Gardner Grayle
Um dos mais inesperados, o personagem aparece com uma armadura pós-apocalíptica sci-fi, vindo diretamente das histórias dos anos 60 e 70. Representa a disposição do DCU em explorar mitologias alternativas.
Pirata Negro (Black Pirate) – Jon Valor
Herói dos mares do século XVI, sua inclusão indica que o universo DC de Gunn também vai olhar para o passado, com espaço para aventura, fantasia e história.
Fera da Liberdade (Freedom Beast) – Dominic Mndawe
Herói africano capaz de fundir animais em criaturas híbridas, com visual tribal e cerimonial. Um símbolo de diversidade geográfica e mística no novo universo.
Búfalo Negro (Black Bison) – John Ravenhair
Ligado à magia e às tradições indígenas, tem o poder de animar objetos inanimados. A presença com cocar e adereços reforça a representatividade cultural do DCU.
Ametista (Amethyst) – Amy Winston
Heroína adolescente de um mundo mágico cheio de cristais. Sua aparência brilhante remete à dimensão mística do Mundo de Cristal, reforçando que a magia estará em destaque.
Vibro (Vibe) – Paco Ramone
Herói latino com poderes sísmicos, conhecido por integrar a Liga da Justiça Detroit. Sua presença mostra o esforço do DCU por representatividade e diversidade étnica.
Cavaleiro Silencioso (Silent Knight) – Brian Kent
Guerreiro medieval com elmo, escudo e espada, representa os tempos ancestrais da DC e o conceito de reencarnação de heróis, que pode conectar ao Gavião Negro.
Sandman – Wesley Dodds
O Sandman original, de estética noir, com chapéu, sobretudo e máscara de gás. Representa o lado mais sombrio e filosófico da editora, podendo abrir espaço para tramas cerebrais e sobrenaturais.
Espectro (Spectre) – Jim Corrigan
Manifestação da vingança divina, uma das entidades mais poderosas da DC. A presença espectral sugere uma futura abordagem mais espiritual e cósmica.
Doutor Destino (Doctor Fate) – Kent Nelson
Mesmo com aparição recente em Adão Negro, o elmo dourado do Kent Nelson original aparece no mural. Isso reforça o papel da magia e da mitologia egípcia no universo DC.
Vigilante III – Patricia “Pat” Trayce
Versão mais moderna do Vigilante, policial que assume o manto com táticas militares. Representa o lado urbano e mais realista da DC dos anos 90.
Impacto nas bilheterias e crítica
O novo Superman arrecadou US$ 217 milhões no primeiro fim de semana, superando todas as expectativas e reacendendo a paixão por super-heróis nos cinemas.
Críticos elogiaram:
- A química do elenco
- O tom equilibrado entre humor e emoção
- O resgate da essência clássica do Superman
James Gunn também resgatou o subtexto original do personagem: um imigrante alienígena sem documentação, criado por dois filhos de judeus imigrantes, como resposta ao antissemitismo europeu e ao nazismo.
O herói já foi usado até pelo Acnur, órgão da ONU para refugiados, como símbolo de proteção aos mais vulneráveis.