Espaços colaborativos são tendência na Capital
6 de agosto de 2019

Belo Horizonte acaba de ganhar mais uma loja com o conceito de economia compartilhada. A Endossa foi inaugurada há poucos dias na Savassi, região Centro-Sul da Capital. A loja, que faz parte de uma franquia paulista, é composta por um conjunto de nichos de diversos tamanhos que podem ser alugados por pequenos empreendedores para a venda de seus produtos. A Capital conta com, pelo menos, mais duas iniciativas com propostas parecidas.
De acordo com a sócia e gerente da Endossa em Belo Horizonte, Bárbara Magalhães, essa é a 10ª loja da franquia no Brasil e a primeira em Minas Gerais. Segundo ela, o investimento para abrir uma unidade da Endossa é de R$ 150 mil, sendo que o faturamento médio por loja é de R$ 60 mil por mês. A sócia afirma que os fundadores da franquia já estudavam o mercado mineiro há algum tempo, mas só agora conseguiram viabilizar uma unidade.
“Os franqueadores enxergaram potencial no mercado mineiro, que tem uma forte cultura de produção local, mas, por outro lado, tem poucos espaços para a exposição desses produtos”, afirma. Segundo ela, o negócio tem em seu DNA a valorização do pequeno empreendedor. Por meio do aluguel de nichos, a loja oferece aos produtores a oportunidade de vender em um espaço com toda a infraestrutura de loja.
Segundo ela, os nichos têm sete tamanhos diferentes e são alugados por R$ 150 a R$ 420. Os empreendedores podem vender diferentes produtos como roupas, acessórios, calçados, objetos de decoração e bijuteria. Eles também têm acesso liberado ao seu espaço, podendo decorá-lo como quiserem, assim como repor peças. Já o atendimento e a venda na loja são de responsabilidade da franquia, que também fornece dispositivo antifurto para as peças e embalagens. A loja fica com 19% de comissão das vendas.
Segundo a sócia, a loja opera hoje com 106 nichos e há uma fila de espera de 500 empreendedores que se candidataram para alugar os nichos.
“Para que o empreendedor permaneça no espaço ele precisa bater uma meta de venda que coincide com o valor pago pelo aluguel. Se ele não consegue perde o direito ao espaço, que é ocupado por outro empreendedor. Dessa forma, entregamos ao cliente a curadoria dos produtos que são vendidos na loja”, afirma.
A sócia destaca que a diversidade de produtos é um dos diferenciais da loja: o cliente que entrar se sentirá em uma pequena feira com muitas opções de tipos e estilos. Além disso, ela lembra que o fato de serem produtos artesanais e de pequenas confecções, as peças ganham um valor adicional.
“Além disso, estimulamos a economia local com produtos que têm a alma do produtor”, completa.
Também localizada na Savassi, a Mooca é outro exemplo de loja colaborativa em Belo Horizonte, mas com uma proposta um pouco diferenciada. A iniciativa é centrada em um programa de aceleração para empreendedores criativos, que oferece mentoria aos pequenos produtores a fim de ajudá-los a construir um modelo de negócios sustentável. Esses e outros produtores podem expor seus trabalhos na loja da Mooca, que também é mantida de forma colaborativa.
De acordo com a fundadora da Mooca, Fabiana Soares, a loja expõe, em média, 30 marcas em diferentes setores: moda, papelaria, perfumaria, kids e moda casa. Segundo ela, além de ser um espaço de visibilidade e vendas para os produtores, a loja funciona como um ponto de validação para os produtos dos empreendedores.
“Muitos produtores chegam ainda inseguros para esse momento da venda sem saber muito como dar preço ou qual a maior demanda por cores e tamanhos, por exemplo. Na loja nós coletamos essas informações de consumo, que ajudam o produtor a entender mais sobre o seu negócio”, explica.
Loja Amor de Mãe – Inaugurada há dois meses no Shopping Del Rey, na região Noroeste da Capital, a loja Amor de Mãe também oferece ao público uma experiência diferenciada de consumo. O espaço tem cerca de 100 metros quadrados, fica no primeiro piso do centro comercial e expõe 40 produtos e 10 serviços de mães empreendedoras. No primeiro mês de operação, a loja já faturou R$ 80 mil em vendas e a expectativa é encerrar este mês com R$ 100 mil em produtos e serviços vendidos.
A loja surgiu a partir do grupo de Facebook Amor de Mãe, que tem quase 15 mil mães participantes. A idealizadora e empresária, Márcia Machado, fez uma enquete no grupo e descobriu 1.200 mães empreendedoras e, a partir dessa informação, passou a promover reuniões mensais e feiras para que essas mulheres ganhassem mais visibilidade. A mobilização acabou despertando o interesse do Shopping Del Rey, que convidou o grupo para uma ação de Dia das Mães.
“Fomos convidadas a expor em uma feira no shopping, mas o resultado foi tão positivo que nos ofereceram uma loja para ocuparmos permanentemente”, explica Márcia Machado.
Atualmente, 50 empreendedoras expõem produtos e serviços no espaço. Elas não pagam o aluguel da loja, mas arcam com condomínio e todos os custos de funcionamento do espaço. Além disso, elas de revezam no atendimento na loja.
Segundo a idealizadora do grupo, 100% do que é vendido fica para as mães empreendedoras. Ela acredita que esse formato de loja colaborativa dá visibilidade às empreendedoras, o que dificilmente conseguiriam sozinhas.
“Ao se juntarem, o custo com a loja é menor, então elas conseguem vender produtos de qualidade a um preço competitivo. Para as mães essa foi uma grande oportunidade para se profissionalizarem”, destaca.

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