Mineração ganha marketplace para negociação

22 de dezembro de 2020 às 0h12

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Para 2022, a ideia de Raphael Jacob e Eduardo Gama (CEO) é romper fronteiras e chegar ao mercado internacional | Crédito: Divulgação/Minery

Um marketplace de mineração. Essa é a proposta da Minery, primeira plataforma digital do mundo para negociação de commodities minerais em nuvem. Com sede em São Paulo e fundada em 2018, a startup acaba de receber um aporte de R$ 3 milhões em rodada Seed, liderada pela venture builder Happy Capital, e projeta expansão nacional para o próximo exercício.

Na prática, a empresa conecta pequenas mineradoras a possíveis compradores de minério. O investimento vai alavancar o desenvolvimento da plataforma em âmbito nacional e ajudar na contratação de profissionais. Já para 2022, a ideia é romper fronteiras e chegar ao mercado internacional, mais precisamente à Ásia.

“Nós queremos mostrar ao Brasil e ao mundo que a mineração não é insustentável. A Minery já nasceu de forma sustentável, porque somos 100% digitais. E com essa rodada, conseguiremos investir em operação, tecnologia e talentos, ampliando o alcance da nossa plataforma que visa, sobretudo, conectar compradores e mineradores», explicou o diretor de Marketing e responsável pela rodada de investimentos, Raphael Jacob.

Já o CEO da Minery, Eduardo Gama, lembrou que, no mercado tradicional, as negociações contam com diversos intermediários e não acontecem de forma transparente e que, ainda hoje, qualquer negociação dentro da mineração depende de mecanismos antiquados, como troca de e-mails, até mesmo dentro das grandes mineradoras.

Por isso, o leque de atuação da startup pode ser ainda maior, já que a Minery propõe um sistema simples, B2B, com segurança de transação e custódia de todos os pagamentos – sem intermediários ou ofertas suspeitas.

“Nossos principais clientes estão, basicamente, localizados na Amazônia Legal, tendo em vista nossa trajetória pelo Tocantins (já que atuei na área de mineração no Estado). Mas já temos tido procuras e consultas interessantes de outros locais, como Minas Gerais e Bahia”, afirmou, citando o aporte como um dos fatores para tal.

Da mesma maneira, o interesse de grandes mineradoras também foi despertado pelo investimento, conforme Jacob. Neste caso, o marketplace seria utilizado para a negociação de rejeitos da mineração – hoje considerados por muitos como um dos principais entraves do setor, principalmente no que se refere à questão socioambiental.

“O que são esses rejeitos senão mineração? E uma mineração complexa e mal vista mundialmente, em virtude dos últimos acontecimentos envolvendo o rompimento de barragens em Minas Gerais. Neste sentido, iniciamos uma aproximação com grandes mineradoras para trazer esse material para ser comercializado dentro da nossa plataforma. Afinal, o lixo de um é o tesouro de outro e o marketplace permite uma abrangência mundial, tornando esse escoamento mais dinâmico”, justificou o diretor de Marketing.

Gama, por sua vez, lembrou que a Minery trabalha como um agente neutro entre os clientes, garantindo que as partes cumpram todas as etapas dos acordos firmados dentro da plataforma. Tudo isso, de forma 100% digital e com alta tecnologia de criptografia e blockchain, conferindo segurança e total transparência aos processos.

Vale lembrar que a Minery possui o Selo Verde e faz parte do Pacto Global da ONU, seguindo os princípios dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Inclusive, por isso, todas as micro, pequenas e médias mineradoras passam por uma validação presencial com técnicos treinados, visando garantir a procedência de todos os fornecedores cadastrados e atuantes na plataforma. A startup segue parâmetros internacionais e possui um padrão de validação próprio, tudo para buscar o equilíbrio entre o desenvolvimento e a preservação dos recursos naturais.

“Em um país com dimensões continentais, onde atualmente 9.415 minas estão ativas, é preciso prudência e averiguação quanto às mineradoras e a origem dos seus commodities. A Minery apoia e faz parte do Pacto Global da ONU e, por isso, vimos a necessidade de criar um certificado com base nesses princípios, onde avaliamos mais de 74 parâmetros, entre eles a presença de trabalho infantil/escravo, utilização de EPIs, grau de impacto ambiental, entre outros”, afirmou o CEO. Atualmente são 36 mineradoras certificadas.

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