A tecnologia é mais uma riqueza de Minas Gerais
25 de agosto de 2022

Nossa sociedade se vê diante da necessidade de enfrentar uma transição ecológica que já vem sendo demandada pela natureza há vários anos. E precisa ser intensificada e acelerada diante das mudanças climáticas. O tecido econômico deve inovar urgentemente e constantemente, oferecendo mais serviços aos consumidores com menos impacto negativo sobre o meio ambiente.
O Brasil e Minas Gerais têm imenso poder para criar oportunidades de inovação em relação aos ecossistemas globais que enfrentam os desafios do comércio internacional e os desafios do planeta. O estoque de recursos do Brasil é considerável. Porém não devemos tratar minerais e recursos energéticos, para falar apenas de alguns, como infindáveis. O mercado sabe disso.
Na ausência de uma verdadeira governança global sobre desenvolvimento sustentável com metas acordadas por todos os países, é difícil encontrar uma orientação adaptada localmente da sociedade civil. Cada um tem que criar sua própria bússola. É claro que os 17 objetivos globais da ONU já são uma referência há vários anos. Acredito que precisamos encontrar caminhos glocais.
O Brasil, como visto por uma francesa que o ama e aprende a cada dia a conhecer melhor seu país anfitrião, representa aos seus olhos o país da experimentação e do aprendizado. Conhecendo ainda mais de perto o estado que me acolhe vejo em Minas Gerais uma força motriz do arrojada em áreas tecnológicas e inovadoras.
Minas Gerais é referência nacional em hub de inovação. Aliás, esse é um dos motivos do Campus da SKEMA Business School no Brasil ter sede em Belo Horizonte. Por aqui, pesquisas de excelência, centros e eventos que reúnem aceleradoras, startups e fundos de investimento interessados em jovens empresas inovadoras ou projetos inovadores que integram os critérios da ESG.
Essas iniciativas estão necessariamente ligadas ao mundo científico e da pesquisa. Modelos estão sendo criados e já foram adotados pelos bancos para analisar os impactos ambientais e sociais dos projetos. Seja qual for o país, estamos nos estágios iniciais destas abordagens e elas devem seguir, porque o desenvolvimento social contemporâneo, econômico e ambiental dependem disso.
A tecnologia e a inovação são os principais motores do emprego de qualidade. Segundo a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede) de Minas Gerais, o número de novas empresas também deverá crescer no Estado, de 365 empresas registradas em 2015 para cerca de 1.250 em 2022, um aumento de 242%. Há também a expansão de centros de partida em Minas, como Belo Horizonte, Uberlândia, Uberaba e Juiz de Fora.
Minas Gerais tem ainda programas de incentivo para startups. Um deles é o Startup Ecosystem and Entrepreneurship Development Programme (Seed), que apoia empresas de tecnologia através de rodadas anuais de investimento.
A capacidade de inovar certamente requer habilidades criativas e empreendedoras que precisam ser desenvolvidas o que exige que a educação contemple, em algum momento a democratização do acesso às tecnologias. Se analisarmos os esforços feitos por estados como Minas Gerais para apoiar a inovação e criar valor econômico e social para a sociedade, podemos imaginar que esses mesmos estados estejam conscientes da necessidade de renovar o modelo educacional.
Educar as pessoas para desenvolver uma consciência da necessidade de respeitar os equilíbrios naturais, ensinando conhecimentos fundamentais desde o início da escolaridade e, ao mesmo tempo, dar-lhes confiança de que o gênio humano pode ganhar o dia diante da destruição do planeta que herdaram.
Todos nós sabemos que a inovação é uma questão de sobrevivência. Claramente, o Brasil tem o potencial de ser uma terra do desenvolvimento tecnológico e Minas seguramente é celeiro de inovação. Porém, para que isso aconteça qualitativamente e de modo mais democrático é necessário criar ecossistemas ampliados de cooperação educacional, científica, pública e econômica além das posturas competitivas. A SKEMA Business School já está envolvida nesta prática através de parcerias ou da construção de habilidades híbridas entre nossas faculdades que formam lideranças comprometidas com um mundo melhor. Este é um caminho a ser seguido.
Porém, a tecnologia deve ser matéria de ensino desde a educação básica e o acesso aos meios tecnológicos precisa ser viabilizado entre todas as classes sociais. Isso não é uma utopia. Uma boa coordenação entre o poder público e o setor privado é uma condição para atingir este objetivo. Só precisamos ir mais longe no trabalho em rede dos atores em ecossistemas inovadores, na pesquisa interdisciplinar e intersetorial. Mais do que nunca, precisamos de uma inteligência coletiva que abrace o maior número de pessoas para criar o mundo de amanhã: tecnológico e sustentável para o bem-estar coletivo!

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