Depois de enfrentar as enchentes que devastaram o município entre 2023 e 2024, Roca Sales, no Vale do Taquari (RS), decidiu dar um novo significado à palavra reconstrução. A cidade vai erguer uma réplica em tamanho real da Arca de Noé, inspirada nas dimensões descritas na Bíblia.
O projeto, com cerca de 120 metros de comprimento, será construído no alto de um morro e promete se tornar um dos principais pontos turísticos religiosos do Sul do Brasil até 2030.
A iniciativa partiu da Associação de Amigos Reconstruindo Roca Sales, criada após as tragédias climáticas que atingiram mais de 11 mil moradores. O projeto é coordenado pelo empresário Eduardo Alves Salgado, que explica o simbolismo da ideia:
“As enchentes alavancaram a criação da associação, e a partir daí surgiu a ideia da arca. É um projeto que fala de ressurgimento e esperança”, afirmou Salgado à Gazeta do Povo.
Arca será um complexo turístico e religioso
A nova “Arca de Noé” será muito mais do que uma construção simbólica. O espaço deve abrigar um museu da enchente, que contará a história recente da cidade, além de cafeteria, restaurantes, uma vinícola e áreas de convivência para visitantes.
O objetivo é transformar a região em um centro de turismo religioso e histórico, atraindo visitantes de todo o país e impulsionando a economia local.
“Não pode ser uma coisa pequena. A ideia é criar algo grandioso, capaz de inspirar e movimentar a cidade”, disse o empresário.
Dimensões bíblicas e vista para o Cristo Protetor
De acordo com o projeto arquitetônico, a arca terá 120 metros de comprimento, 22,5 de largura e 13,5 de altura — medidas muito próximas das relatadas nas Escrituras.
Embora feita em concreto, a parte externa será revestida com porcelanato para garantir durabilidade, e o interior receberá acabamento em madeira, remetendo ao visual original.
O monumento será erguido em um ponto estratégico do município, de onde será possível avistar o Cristo Protetor de Encantado, uma das maiores estátuas do Brasil, com 43,5 metros de altura.
Financiamento e impacto regional
A construção não contará com recursos públicos. O projeto será viabilizado por parcerias privadas e doações, em um modelo semelhante ao que sustentou o Cristo Protetor e outros marcos turísticos da região.
Além do aspecto religioso, o empreendimento deve estimular o turismo e gerar empregos locais, impulsionando setores como hotelaria, gastronomia e comércio.
A previsão é de que a arca fique pronta até 2030, e os primeiros desenhos arquitetônicos devem ser divulgados ainda este ano.