Já imaginou um ex-integrante da Al Qaeda sendo recebido na Casa Branca e até apertando as mãos do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump? Mais uma vez: estamos falando da Al Qaeda, a organização terrorista responsável pelos ataques do 11 de setembro de 2001.
Como um ex-integrante da Al Qaeda foi parar na Casa Branca?
Pois é. Na última segunda-feira (10), um ex-integrante do grupo foi para a Casa Branca. O autointitulado presidente da Síria, Alhmad al Shara, integrou o Al Qaeda no início da organização, quando ela estava no território do Iraque. Na época, ele usava o nome de guerra Mohammad al Julani e chegou a ser escolhido para comandar o braço do grupo na Síria.
Esse tal braço ganhou o nome de Frente Nusrah. Com o passar dos anos, a rede foi se distanciando da Al Qaeda, tornando-se uma milícia rebelde na guerra contra a ditadura de Bashar al Assad. No ano passado, esse grupo conseguiu derrubar a ditadura de Assad e assumiu o comando do país.
Alhmad al Shara afirma que tenta evitar ataques contra minorias técnicas, como cristãos, curdos e drusos no país. Com o apoio da Turquia e da Arábia Saudita, o presidente da Síria adotou um tom conciliatório com os Estados Unidos, inclusive evitando uma retórica “anti-Israel”. E foi assim que um ex-integrante da Al Qaeda conseguiu entrar na Casa Branca.
Em sua coluna para o jornal O Globo, o jornalista Guga Chacra escreve que Trump não parece se importar com as acusações de perseguição e autoritarismo contra al Shara. “Talvez seja simplesmente pragmatismo. Não há alternativa ao ditador sírio neste momento e, aparentemente, ele busca manter a estabilidade no país. Perseguição a minorias religiosas nunca foi um problema para os EUA desde que sigam aliados aos EUA”, conclui o texto.





