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Museu dos Brinquedos adere à “vaquinha virtual” para ampliar faturamento

Recentemente reformado, o Museu dos Brinquedos, localizado na região Centro-Sul de Belo Horizonte, ganhou uma nova museografia capaz de valorizar o imóvel que ocupa na avenida Afonso Pena. A casa, tombada pelo Patrimônio Municipal, teve os pisos originais recuperados e as divisórias de gesso foram retiradas devolvendo o aspecto original ao imóvel. A intervenção, que garantiu acessibilidade aos visitantes, segundo a diretora-executiva do Museu dos Brinquedos, Tatiana de Azevedo Camargo, exigiu uma equipe multidisciplinar – formada por profissionais tão diferentes como pedagogos, designers e pedreiros, entre outros.

Para garantir a manutenção e os investimentos, o museu conta com a bilheteria e patrocínios vindos por meio das leis de incentivo à cultura estadual e federal. “Todo o trabalho em um museu exige profissionais variados e muito qualificados. Todo equipamento cultural gera, com a sua existência, uma movimentação econômica importante. Além dos empregos diretos, existe toda uma estrutura administrativa que requer tudo o que uma empresa comum precisa, como papelaria, insumos e serviços. No caso do Museu dos Brinquedos, ainda temos as atividades externas e as ações culturais que promovem apresentações artísticas que precisam de estruturas específicas”, explica Tatiana Camargo.

O Museu dos Brinquedos tem a gestão baseada em quatro coordenações: eventos, educativa, administrativa e uma coordenadora de mobilização de recursos. Essa última é a responsável por buscar recursos seja através de patrocínios, doações e projetos externos. “É muito importante termos diferentes fontes de financiamento. Com a crise econômica é difícil ter um só patrono que banque todas as necessidades do museu. Então, quando um ponto se enfraquece, temos outros para equilibrar o orçamento”, avalia a diretora-executiva do Museu dos Brinquedos.

Para aumentar a fonte de receita, está sendo organizada uma “vaquinha virtual”. A proposta deve entrar no ar em novembro e a ideia é de que essa iniciativa seja o embrião para a criação de uma associação de amigos do museu. Por mês, o Museu dos Brinquedos recebe cerca de 2 mil visitantes e são realizados quatro eventos itinerantes por ano. Cada um tem público estimado em 1,5 mil participantes. 60% do público que frequenta o museu é formado por excursões escolares.

Os objetos parte do acervo compreendem o período do início do século 20 até os dias atuais. Em sua maioria, são exemplos da especialização infantil da produção de brinquedos destinados ao uso individual. São aproximadamente 5 mil peças, de procedência nacional e internacional. Entre outros objetos estão bonecas, carrinhos, carrinhos de bebê, móveis, fogões, louças, máquinas de costura, ferros de passar roupa, trenzinhos, autoramas, velocípedes, pelúcias, cavalos de pau, fantoches, robôs, jogos, brinquedos musicais, livros infantojuvenis, lanternas mágicas. Atualmente, permanecem em exposição aproximadamente 800 exemplares dos mais diversos países.

O Museu dos Brinquedos exerce dentro da Capital um importante papel de formação de público ao falar de e para as crianças. Além disso, fala especialmente aos adultos, tocando em lembranças e histórias individuais, capazes de criar um sentimento de pertencimento entre visitante e acervo.

“Aos poucos as pessoas têm percebido a importância dos museus e nós fazemos parte de uma cidade que nos últimos tempos tem recebido importantes equipamentos culturais como o Circuito da Praça da Liberdade e o próprio Inhotim, que fica em Brumandinho (Região Metropolitana de Belo Horizonte). O sucesso dessas grandes estruturas, que precisam de grandes investimentos, chama a atenção das pessoas e todos os equipamentos próximos saem ganhando”, analisa.

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