Opinião

[EDITORIAL] Minas busca o seu futuro

Na hora final da campanha é hora de começar a fazer as contas. Neste final de semana, e pela via democrática, o futuro do País começa a ser redefinido, muito possivelmente marcado por mudanças substanciais. Até aqui ouvimos muitas promessas, a maioria delas vagas, e compromissos que a rigor abrangeram todas as áreas de interesse ou onde se alojam as preocupações mais imediatas dos brasileiros. Ouvimos também, e não foram poucos, diagnósticos sombrios sobre a situação do País e da economia, com destaque para o aumento contínuo do déficit e da dívida pública, tudo isso alimentando a certeza que a correção de rumos é impositiva e urgente, tarefa que se impõe aos três níveis da administração pública, nos planos municipal, estadual e federal.

Com relação a Minas Gerais, por exemplo, o diagnóstico não é nada bom, com um desequilíbrio financeiro estrutural que não poderá ser sustentado por muito tempo mais. Não será surpresa se do futuro governador ouvirmos, adiante, que recebeu uma herança maldita. No Estado, a dívida líquida consolidada chegou aos R$ 105 bilhões, já ultrapassou o sinal de alerta e faltam pouco mais de R$ 5 bilhões para que seja alcançado o limite imposto pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Conforme as últimas contas, na realidade estimativas, para cada R$ 1 mil que entra nos cofres mineiros deveriam sair R$ 1.950.

A bola de neve das despesas parece aumentar sem controle enquanto as receitas seguem na direção inversa. Falta saber exatamente o que está acontecendo, numa auditoria que, antes de apontar culpados aponte soluções, no caminho da racionalidade dos gastos e no entendimento elementar de que não é sustentável um modelo financeiro em que, persistentemente, as saídas são maiores que as entradas. Conhecer a realidade é o primeiro passo para que ela seja modificada, abrindo-se espaços também para o aumento das receitas, mediante investimentos que revertam um processo involutivo que é observado desde a virada do século e claramente potencializado pela indiferença do governo central com relação ao Estado. Para Minas Gerais encontrar novos caminhos e os êxitos que marcaram os anos setenta e oitenta do século passado é a missão reservada ao futuro governador.

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