23ª Minas Trend prevê negociar R$ 200 milhões

A 23ª edição do Minas Trend – outono-inverno/ 2019, semana mineira de lançamentos de moda promovida pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), que acontece entre os dias 29 outubro e 1º de novembro no Centro de Feiras e Exposições George Norman Kutova (Expominas), na região Oeste de Belo Horizonte, prevê negócios da ordem de R$ 200 milhões, com a atração de 15 mil pessoas, incluindo 700 compradores vip’s e outros 3 mil espontâneos.
De acordo com o presidente da Fiemg, Flávio Roscoe, na busca por uma melhor equação econômica, o número de patrocinadores do evento foi ampliado, os critérios de escolha dos participantes foi revisto, o preço dos estandes foi revisto, as gratuidades foram extintas e o valor do aporte realizado pelo Sistema Fiemg caiu cerca de 50%. Os números preliminares dão conta de um orçamento de R$ 6 milhões, contra R$ 9 milhões na edição passada.
“Acreditamos que em duas edições consigamos tornar o Minas Trend autossustentável. Isso é muito importante para cadeia produtiva. Conseguimos reduzir custos e aumentar a receita sem abrir mão da qualidade. Buscamos critérios mais justos na venda de estandes e estamos trazendo mais compradores, também com novos critérios. Buscamos, ainda, maior interlocução com a cidade, abrindo diálogo com diversas frentes, como a gastronomia, por exemplo. Isso é um começo. Nas próximas edições tudo isso será aprofundado”, defende Roscoe.
Participam do evento 191 marcas, sendo 82 de vestuário, 72 de joias e bijuterias e 37 de bolsas e calçados, distribuídas em 246 estandes. O evento conta, ainda, com a participação de três reconhecidas tecelagens – Cedro Têxtil, Ematex e Tear Têxtil -, além da Simaq, uma das principais marcas de máquinas de costura industrial do segmento.
Segundo o diretor criativo do Minas Trend, Ronaldo Fraga, o tema “Agora e para sempre” sintetiza o desejo de perenidade e constante renovação do Minas Trend. O objetivo é ressaltar a brasilidade sem abrir mão do coração do evento, que é ser um evento da indústria.
Ainda de acordo com o estilista, este é o momento ideal para dar força à moda brasileira, destacando que o setor, apesar de ainda bastante importante para o Produto Interno Bruto (PIB), já foi o 2º empregador do País, posição da qual vem se distanciando a cada ano. Para tanto, a semana de moda passa a refletir um perfil mais participativo e inclusivo, incentivando a adesão da população mineira. “A cidade vai acompanhar e saber como será o próximo Minas Trend. Quando o cliente chegar em Confins, a cidade inteira estará pensando nele para vender roupas, serviços e o desejo de vir para esse lugar.
Portas abertas – Pela primeira vez o Minas Trend foi aberto à população em geral. Até então, o ambiente era restrito aos compradores lojistas e profissionais do setor. Além de circular por todas as áreas do centro de exposições – exceto o salão de negócios -, o público pode participar das atividades promovidas pelos apoiadores e patrocinadores, como também aproveitar o espaço gastronômico e adquirir roupas e acessórios de moda diretor dos fabricantes na loja temporária instalada no Expominas.
A ação faz parte do esforço de integrar Minas Trend e a Capital. Serão realizados 15 eventos paralelos organizados pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) através do Museu da Moda de Belo Horizonte, com a chancela Minas Trend. E, pela primeira vez, o desfile de abertura foi composto totalmente por looks autorais do Estado, em projeto assinado pela Fiemg com o intuito de qualificar e divulgar os designers que serão destaque da moda mineira nas próximas décadas.
“Há 12 anos, quando começamos, o salão de negócios foi recebido até com certo deboche por quem não acreditava que Minas fosse um lugar para vender moda. Hoje, o que era um salão mineiro, já se tornou brasileiro e tem potencial para ser o mais importante salão de negócios da moda do continente. Por isso agora trouxemos os estilistas autorais, não necessariamente novatos, para o centro do evento”, destaca Fraga.
Mercado – Atualmente, a cadeira produtiva da indústria mineira de moda – composta por mais de 10 mil fabricantes -, responde por 23,5% do total de empresas e é a segunda maior empregadora do Estado, com mais de 130 mil postos de trabalho, número que representa 18% do volume total de trabalhadores na indústria de transformação do Estado.
O fim das eleições, cujo o resultado foi anunciado justamente durante o desfile de abertura, no domingo, traz certo alívio para setor. “Independentemente do resultado e do que vai acontecer agora, a própria eleição era um fator de insegurança. Definida a situação é hora de trabalhar. A diminuição do tamanho do Estado é sempre positiva. Em relação à liberalização da economia no plano internacional do Paulo Guedes (provável Ministro da Economia no governo Bolsonaro) é uma ameaça para o setor. Me preocupa no ponto em que temos uma infinidade de impostos ocultos e isso mina a competitividade da indústria brasileira”, alerta o presidente da Fiemg.
Ouça a rádio de Minas