Incerteza quanto à economia tem queda em outubro
Rio de Janeiro – O Indicador de Incerteza da Economia Brasileira (IIE-Br) caiu 11,2 pontos na passagem de setembro para outubro, alcançando 110,3 pontos, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) ontem. Com a queda, o indicador atingiu o menor nível desde março deste ano, ainda que o patamar continue sendo considerado elevado.
Embora o período de coleta do IIE-Br de outubro seja anterior ao resultado do segundo turno das eleições presidenciais, que terminou com a vitória de Jair Bolsonaro (PSL), as pesquisas de intenção de voto já ditavam algum rumo.
“A incerteza atingiu seu menor valor em sete meses, contudo permanece em um patamar elevado. Neste mês, as pesquisas eleitorais que apontavam para a vitória do candidato Jair Bolsonaro contribuíram para a queda do indicador, uma vez que sua equipe econômica se mostra comprometida em conduzir um ajuste fiscal e políticas pró-mercado”, diz a nota divulgada pela FGV.
De acordo com a nota, o foco no pleito eleitoral fez com que o noticiário e o mercado financeiro no Brasil se descolassem do cenário externo, o que permitiu uma forte valorização do Ibovespa e do real durante o período de coleta deste indicador.
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“Dado o cenário atual, espera-se que o movimento de queda só seja sustentável se o presidente eleito conseguir aprovar as medidas necessárias para a retomada da sustentabilidade fiscal e de um crescimento econômico mais robusto”, traz a nota.
O IIE-Br é formado por dois componentes: o IIE-Br Mídia, que faz o mapeamento nos principais jornais da frequência de notícias com menção à incerteza; e o IIE-Br Expectativa, que é construído a partir das dispersões das previsões para a taxa de câmbio e para o IPCA.
Em outubro, o componente Mídia caiu 10,5 pontos, contribuindo com 9,1 pontos para a queda do índice global no mês. Já o IIE-Br Expectativa recuou 9,5 pontos, embora sua participação relativa no resultado total tenha sido menor, com queda de 2,1 pontos.
A coleta do Indicador de Incerteza da Economia Brasileira é realizada pela FGV entre o dia 26 do mês anterior e o dia 25 do mês de referência.
Confiança empresarial – O Índice de Confiança Empresarial (ICE), medido pela FGV, subiu 0,9 ponto em outubro e chegou a 90,7 pontos, em uma escala de zero a 200 pontos. O indicador é calculado com base em entrevistas com empresários da indústria, comércio, serviços e construção civil.
O Índice de Situação Atual, que mede a confiança no momento presente, caiu 0,3 ponto, para 87,6 pontos, mas o Índice de Expectativas, que mede a confiança no futuro, avançou 0,4 ponto, para 96,6 pontos.
Entre os setores, houve recuo da confiança apenas entre os empresários da indústria (2 pontos). Os empresários do comércio foram os que apresentaram maior crescimento da confiança: 3,8 pontos. (AE/ABr)
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