Detentos produzem móveis e brinquedos de madeira

Uma parceria entre a Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap) e de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) tem transformado o destino de madeiras apreendidas e descartadas. Mais de mil brinquedos já foram produzidos por meio do Projeto Fábrica da Alegria.
Toras de madeira apreendidas e descartadas que corriam o risco de virar cinza estão se transformando em móveis e brinquedos fabricados por 17 presos do regime fechado do Complexo Penitenciário Nelson Hungria (CPNH), em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).
Os detentos estão trabalhando desde maio deste ano em uma oficina de marcenaria montada na unidade prisional, que atende aos projetos Mobiliando Sorrisos e Fábrica da Alegria, ambos da Seap. O trabalho já fez o sorriso de centenas de crianças que receberam as produções exclusivas para doação.
A madeira de demolição ou ilegal vem de apreensões realizadas pela Semad. E pelas mãos dos presos os materiais se transformam em cadeiras, mesas e diversos brinquedos que vão desde bercinhos a grandes carretas. A criatividade é algo que não falta no ateliê. Até o momento foram produzidos mais de mil brinquedos e oito móveis, com meia tonelada de madeira em toras.
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A iniciativa do projeto Fábrica da Alegria começou em Juiz de Fora, na Zona da Mata, na Penitenciária José Edson Cavalieiri, e chegou esse ano no CPNH. Todo o material usado na produção é reciclável e doado. Além das madeiras são utilizados resto de construções, paletes quebrados, tintas, verniz e demais itens. A continuação do projeto foi aprovada pelo juiz da Vara de Execuções de Contagem, que irá disponibilizar, por meio do Conselho de Segurança da Comunidade, verba para o custeio da oficina.
A produção diversificada impressiona ao perceber quantos objetos podem surgir a partir de um pedaço de madeira. Bonecos, palhaços, casinhas, carrinhos, motos, carretas, aviõezinhos, cavalinhos, cadeiras, trenzinhos, totó, bercinhos, entre outros.
O destino dessas pequenas alegrias são instituições de caridade como creches, escolas e, recentemente, o Hospital da Baleia, que conta com uma brinquedoteca que será abastecida por esses brinquedos e levarão sorrisos para crianças em tratamento de câncer e lábio leporino.
No último Dia das Crianças mais de 300 brinquedos foram distribuídos para os filhos de presos da unidade durante uma festa preparada para os pequenos que passaram o domingo em visita na unidade prisional.
Para a subsecretária de Humanização do Atendimento, Louise Bernardes Leite, boas ideias devem ser multiplicadas e replicadas em outras unidades prisionais do Estado. “Essa madeira proveniente de desmatamento irregular deixa de ficar deteriorando no tempo. O material que chega para a Seap é encaminhado para a unidade prisional, onde são feitos os móveis que doamos para as instituições filantrópicas. Isso é excelente. Ao mesmo tempo que estamos profissionalizando os presos e dando um novo destino para o material apreendido, estamos ajudando as instituições de caridade”, observa.
Pela atividade laboral os detentos recebem três quartos do salário mínimo e remição de pena; a cada três dias trabalhados, um é remido da pena. Eles foram selecionados pela Comissão Técnica de Classificação (CTC) que avalia requisitos como segurança, comportamento, situação processual e interesse. (As informações são da Agência Minas)
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