Economia

Morro do Pilar aprimora produção de chapéu de palha

Morro do Pilar aprimora produção de chapéu de palha
Foto: Nelson 2/Divulgação

Muitos dos chapéus de palha que cobrem a cabeça dos brasileiros em festejos populares são feitos pelas mãos de artesãos e artesãs mineiros de Morro do Pilar, município situado na Serra do Espinhaço. A tradição de mais de 300 anos ocupa boa parte dos moradores do local, mas ao passar do tempo a necessidade de ampliar horizontes foi evidente. Eles queriam fabricar mais e melhor.

Após visita do secretário de Estado de Cultura, Angelo Oswaldo, a Morro do Pilar, acompanhado do estilista Renato Loureiro e da gestora cultural Marta Guerra, uma rede de apoio aos produtores foi acionada para que a produção da comunidade fosse aprimorada. “A refinada qualidade da matéria prima e a mestria artesanal da comunidade indicavam a necessidade de um projeto especial visando o aprimoramento do design dos objetos manufaturados”, informa o secretário. Desta forma, após oficinas e cursos ministrados por técnicos do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae-MG), os ganhos já vêm sendo notados pelos artesãos. “Graças ao apoio do Sebrae, os produtos de palha de Indaiá de Morro do Pilar deverão tornar-se um novo ícone do artesanato mineiro”, prevê Angelo Oswaldo.

Tiras e mais tiras de palha de coqueiro ou de bambu dão origem ao famoso chapéu, uma produção diária enraizada no berço das famílias dali e herdada da época dos escravos. A produção serve também de fonte de renda para diversas famílias. A intenção agora é formalizar a criação de uma associação envolvendo os mais de 100 artesãos.

As capacitações visam oferecer aos artesãos diferentes conhecimentos sobre o mercado e também sobre a produção do material, detalhando novas possibilidades de uso da matéria-prima e aprimoramentos na fabricação do acessório, também com intuito de agregar valor ao produto. Designers, consultores de comportamento e especialistas em mercado são alguns dos profissionais que ofertam suas dicas aos moradores. “Queremos aprimorar a produção artesanal dos chapéus e auxiliar na expansão do alcance desses produtos, mas obviamente sempre respeitando o processo criativo do artista”, explica a analista do Sebrae, Sabrina Campos.

Autoestima – Outro impacto notório na comunidade foi o resgate da autoestima dos artesãos, que passaram a apostar mais no ofício, conforme explica a artesã Darlene de Lima. “A parceria com o Sebrae nos trouxe esperança. Passamos a acreditar mais em nosso potencial, e refletiu na qualidade do que é produzido. Agora conseguimos ver um futuro melhor para nossas famílias”, diz a moradora.

Agora resta lidar com a ansiedade para colher os resultados dessa primeira etapa do trabalho de assessoria técnica. Os produtores acreditam que o próximo impacto será sentido em breve, durante a próxima edição da Feira Nacional de Artesanato, que acontece entre os dias 4 e 9 de dezembro em Belo Horizonte. A intenção é que os chapéus do Morro do Pilar sejam disputados pelo público presente e compradores de diversas regiões do País. Foto: Nelson 2

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