Castello Branco deve presidir a Petrobras

Rio – O economista Roberto Castello Branco aceitou convite da equipe do presidente eleito Jair Bolsonaro para comandar a Petrobras, informou em nota a assessoria do futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, ontem.
Ele deve assumir a presidência da estatal em substituição a Ivan Monteiro, que chegou a ser cotado para permanecer no comando. No entanto, a petroleira informou em fato relevante que o atual CEO deixará a companhia a partir de 1º de janeiro, sem dar mais detalhes.
O nome de Castello Branco apareceu entre os cotados para presidir a Petrobras ainda em outubro, logo após a vitória de Bolsonaro nas eleições. À época, ele já estava contribuindo com a equipe do novo governo e foi sondado informalmente para o cargo, sem demonstrar interesse imediato pela posição, segundo fontes ouvidas pela Reuters.
Dias depois, o vice-presidente eleito, general Hamilton Mourão, se reuniu com a diretoria da Petrobras em um dos prédios da estatal no Rio de Janeiro e se disse “muito bem impressionado”, o que levantou especulações acerca da continuidade de Monteiro na presidência.
O atual CEO disse no começo do mês não ter recebido convite da equipe de Bolsonaro, mas frisou que estava disposto a conversas.
Castello Branco é doutor em Economia pela Fundação Getulio Vargas e, atualmente, é diretor no Centro de Estudos em Crescimento e Desenvolvimento Econômico da FGV.
“Economista, com pós-doutorado pela Universidade de Chicago e extensa experiência nos setores público e privado, Castello Branco já ocupou cargos de direção no Banco Central e na mineradora Vale, fez parte do Conselho de Administração da Petrobras e desenvolveu projetos de pesquisa na área de petróleo e gás”, informou a nota.
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Castello Branco, disse ontem que a petroleira tem de focar somente em atividades que tem competência para fazer. “A Petrobras desenvolve outras atividades que não são naturais e que não atraem retorno. O melhor exemplo disso é a distribuição de combustíveis. A estatal ainda é dona da BR Distribuidora. A BR é uma cadeia de lojas, no fim das contas. A competência da Petrobras é na exploração e produção de Petróleo.”
Segundo o futuro presidente da estatal, a Petrobras tem tecnologia e bom estoque de capital humano, altamente especializado.
“É claro que não consegue fazer tudo sozinha. O ideal é que você tenha um mercado competitivo. Além das medidas de compliance, a competição é o melhor remédio contra corrupção. A corrupção tem oportunidade de se manifestar onde existe monopólio: nos preços, nas relações políticas, pelos favores… Para a Petrobras, a competição será um antídoto permanente contra esse tipo de coisa que a sociedade não tolera mais.”
De acordo com o executivo, não faz sentido uma única companhia ter 98% de uma atividade no Brasil, que é o refino de petróleo. “A Petrobras pode rever o monopólio nessa área. A competição é favorável a todos: à Petrobras e ao Brasil”, disse. (AE/Reuters)
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