ABRH: as transformações no mercado de trabalho

O impacto das novas tecnologias e de processos inovadores no mercado de trabalho foi o principal tema discutido na segunda edição do “Conexões Humanas”, evento realizado pela Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH), no dia 21 de novembro, na sede da Unimed- BH, na região Centro-Sul da Capital. Especialistas do segmento de RH, empresários do setor e professores na área de negócios trouxeram contribuições sobre as mudanças impostas pela era digital ao ambiente de trabalho e apontaram possíveis soluções de “sobrevivência”, tanto para as empresas quanto para os profissionais.
A presidente da ABRH, Eliane Maria Vasconcellos Paes, abriu o evento lembrando que a inovação propõe um rompimento das fronteiras das profissões. Para a executiva, a chegada de novas tecnologias vai fazer muitos empregos desaparecer, mas, por outro lado, obrigará os profissionais a serem mais criativos. “Todo mundo vai ter que ser um pouco artista e deixar o perfil estritamente técnico. A verdade é que a empresa e o profissional que quiser sobreviver terá que mudar alguma coisa. Se não mudar, nada vai acontecer”, afirmou.
A urgência de adaptação a um mundo em transformação também foi explorado por Vânia Ferrari, que é escritora, consultora e fundadora da empresa Pensamentos Transformadores.
Com uma apresentação bem-humorada e corajosa, ela chamou a atenção do público com algumas “verdades não ditas no dia a dia das corporações”. “Suas atitudes combinam com este século? Não dá pra pegar todo conhecimento do passado e ‘chuchar’ nesse século. Será que a gente não está perpetuando a burrice? É neurociência, gente: se você mudar, o mundo muda”, frisou.
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A palestrante ainda deu alguns exemplos do que ela chamou de burrice perpetuada, como a premiação de um funcionário pelo simples fato de ele estar muito tempo na empresa. “Você já pensou que a gente parabeniza o cara que está na empresa há 40 anos, sem estudar, sem inovar, sem contribuir porque já se acomodou?”, provocou. Ela também lembrou ao público que não basta se adaptar às transformações, mas agir rapidamente. “Nós somos muito lentos e burocráticos. Fazemos uma reunião para marcar outra”, alertou.
Era de narcisos – Vânia Ferrari ainda falou sobre a necessidade de um mundo com empresas socialmente mais justas. Ela lembrou que a maioria dos profissionais em cargos executivos ainda são “homens, brancos, jovens e formados na Fundação Dom Cabral”. Ela lembrou que o mundo vive uma “era de narcisos” que querem garantir só o próprio bem-estar, sem se importar com a colaboração. “O profissional do século 21 é bom e bom: bom tecnicamente e bom de coração. Ele é gentil, cumprimenta o presidente e o faxineiro do mesmo jeito, ajuda o colega mesmo que esteja cheio de trabalho”, disse.
Para o professor da Sanit Paul Escola de Negócios, Saulo Borges, a sobrevivência das empresas e dos profissionais na era digital está ligada à atitude que eles têm diante das mudanças. “O que te trouxe até aqui é incapaz de te manter, então as mudanças são inevitáveis. A questão é que temos dois caminhos diante disso: o do vitimismo ou do protagonismo”, destacou.
O professor, que também atua como consultor de negócios, disse que sempre ouve profissionais exaltando experiências passadas de suas carreiras, mas ele destaca que esse apego ao passado pode ser perigoso. “É linda a sua história, mas o mundo mudou. Se você não entender as novas ondas, você não vai se manter”, alertou.
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