Prévia da inflação oficial dentro da meta

São Paulo – O alívio nos preços de combustíveis e energia elétrica fez a prévia da inflação oficial do Brasil desacelerar ao nível mais baixo em 15 anos para novembro e mais do que o esperado, voltando a ficar abaixo do centro da meta oficial em 12 meses e mantendo o Banco Central (BC) na rota da manutenção dos juros no curto prazo.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) subiu 0,19% em novembro, contra alta de 0,58% em outubro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na sexta-feira (23).
Essa é a taxa mais baixa para o mês desde 2003, e levou o resultado acumulado em 12 meses para uma alta de 4,39%, de 4,53% em outubro.
Assim, o IPCA-15 volta a ficar abaixo do centro da meta da inflação –de 4,50%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
Os resultados ficaram abaixo das expectativas em pesquisa da Reuters de avanços de 0,24% na comparação mensal e de 4,44% em 12 meses, segundo a mediana das projeções.
Em novembro, o avanço dos preços do grupo transportes enfraqueceu para 0,31%, de 1,65% no mês anterior. Isso se deveu principalmente ao comportamento dos combustíveis, que subiram 0,69% depois de registrarem avanço de 4,74% em outubro.
A partir de 31 de outubro, a Petrobras reduziu o preço médio da gasolina nas refinarias em 6,20%, no maior corte já feito pela estatal desde o anúncio de uma política de reajustes diários do combustível.
Habitação, por sua vez, registrou deflação de 0,13% em novembro, contra alta de 0,15% no mês anterior, depois que os preços da energia elétrica recuaram 1,46% com a entrada em vigor a partir de 1º de novembro da bandeira tarifária amarela, com redução de custos para os consumidores frente aos cinco meses anteriores.
Por outro lado, o grupo formado por alimentação e bebidas acelerou a alta dos preços para 0,54% em novembro, de 0,44% antes, pressionado pela alimentação em domicílio com tomate, batata-inglesa e cebola.
Juros – O Banco Central já indicou que não há urgência para elevar os juros, em um cenário de pressões inflacionárias confortáveis, com o nível alto de desemprego e atividade fraca contendo avanços mais fortes.
A expectativa no mercado é de que a taxa básica de juros, atualmente em 6,5%, não será elevada na reunião de dezembro do BC, que no ano que vem passará a ser comandado por Roberto Campos Neto, indicado pelo governo Bolsonaro para substituir Ilan Goldfajn. (Reuters)
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