Economia

Verde Campo lança linha de iogurtes após investir R$ 50 milhões

Verde Campo lança linha de iogurtes após investir R$ 50 milhões
Fábrica passou de 450 para cerca de 550 empregados no último ano, afirmou Rios - Ale Cabral/Divulgação

A Verde Campo, indústria de produtos lácteos – como iogurtes, queijos frescos e maturados, requeijão e creme de leite – instalada há 17 anos em Lavras, no Sul de Minas, dá um novo salto de inovação ao lançar a linha LacBacillus, com lactobacilos vivos que ajudam no equilíbrio da flora intestinal e na digestão. Além da funcionalidade do probiótico, a nova linha de produtos, que é o primeiro resultado de um investimento de R$ 50 milhões realizado nos últimos dois anos, marca uma nova forma de produzir lácteos: sem conservantes, sem corantes e sem aromas artificiais.

O investimento garantiu a compra de equipamentos, a adequação e ampliação física da fábrica, hoje com a capacidade de produção quadruplicada e a construção de uma estação de tratamento de efluentes. Além disso, em programas de assistência técnica para as fazendas que fornecem o leite – todas no Sul de Minas -, entre tecnologia e embriões para o melhoramento genético dos rebanhos, foram investidos mais R$ 6 milhões.

Cadeia de fornecedores – De acordo com o presidente da Verde Campo, Alessandro Rios, os iogurtes representam a primeira fase do processo. Até o fim do ano que vem, todos os produtos da indústria deverão obedecer os mesmos parâmetros. “Esse é um trabalho muito lento e minucioso. Para garantir para o nosso consumidor que não existem conservantes, corantes e nem aromas artificiais nos nossos produtos, os nossos fornecedores também não podem utilizar nenhum desses componentes. Não adianta eu não fazer a adição na fábrica se o meu fornecedor de polpa de frutas, por exemplo, utilizar algum tipo de conservante artificial”, explica Rios.

Então, para que os iogurtes passassem por todos os testes e fossem certificados, a Verde Campo não apenas convenceu como prestou assessoria para que seus fornecedores fizessem as adaptações necessárias. A proposta fez com que os preços dos insumos subissem, custo que vai ser absorvido pela empresa e não repassado ao consumidor.

Todo esse movimento, além de aumentar o grau de automação na fábrica, gerou novos e mais qualificados postos de trabalho. O empreendimento passou de 450 para cerca de 550 empregados no último ano. “A Verde Campo cresce acima de 30% ao ano desde 2011.

Acabamos de inaugurar essa expansão e abrir um turno novo de trabalho. Esse crescimento está na produção, então são contratações em Lavras, e também tenho contratações para o comercial. Então tenho mais contratações em Belo Horizonte, para atender o mercado da Capital e eventualmente em outras praças como Brasília ou em outro lugar. Hoje temos bases de venda em todo o País. Por isso, metade dessas contratações foram para a fábrica e metade fora dela”, afirma o presidente da Verde Campo.

Inovação – O processo de inovação da Verde Campo está intrinsecamente ligado à equipe de Desenvolvimento e Pesquisa da Indústria (P&D). Localizada em Lavras, cidade que sedia um dos melhores cursos de Engenharia de Alimentos do Brasil, na Universidade Federal de Lavras (Ufla) – com nota máxima na avaliação feita pelo Ministério da Educação (MEC) -, se beneficia de uma farta mão de obra extremamente qualificada.

Criada e comandada por engenheiros de alimentos, a fábrica nasceu como um laboratório em escala industrial de uma consultoria para empresas de alimentos. O laboratório deu tão certo, que logo se destacou da empresa original e se tornou um negócio independente.

Segundo Rios, toda a equipe interna é originária de universidades. Como os líderes são técnicos, a empresa já nasceu com uma base tecnológica muito grande. “Optamos, então, que todo o nosso time fosse de recém-formados. Temos um programa de estágio aberto para universidades do Brasil inteiro e isso deu muito certo. É um time muito jovem e competente e toda a parte de desenvolvimento de produtos está com ele. Quando vamos para a parte disruptiva, com a quebra de alguns paradigmas da indústria, fazemos isso com parceria de universidades e centros de pesquisa dentro e fora do Brasil. Ufla, UFV (Universidade Federal de Viçosa) e UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora) são nossos principais parceiros”, explica Rios.

A juventude e a qualidade da equipe já renderam produtos atualmente campeões de venda da empresa que sequer estavam no projeto de inovação aprovado pelos conselhos. O sabor “cookies & cream”, da linhaNatural Whey, é um desses exemplos. Ele não estava nos planos originais da empresa, mas foi primeiro desenvolvido e depois sugerido pela equipe de P&D. Aprovado pela direção, entrou em produção e se tornou um dos maiores sucessos do portfólio da Verde Campo.

Em 2016, a Verde Campo passou a integrar o Grupo Coca-Cola, que também participa do processo de inovação. “A Coca-Cola entra muito forte quando fazemos investimentos em tecnologia, especialmente no ponto de vista de segurança dos processos. Usamos muitas fontes da Coca-Cola. É uma marca mundial, com um nível de cuidado muito maior que a maioria dos países. O nosso nível de cuidados, de filtros, de barreiras, veio dela. Outro ponto importante é que, por causa da Coca-Cola, hoje somos obrigados a trabalhar com fornecedores certificados mundialmente”, complementa o presidente da Verde Campo.

A proposta da Verde Campo é embasada por um movimento mundial em busca da saudabilidade sem que seja preciso abrir mão do sabor. Segundo a agência de pesquisas Euromonitor Internacional, até o ano de 2021 o mercado de alimentação saudável no Brasil deve crescer, em média, 4,41% anualmente. Só no ano de 2016 foram movimentados cerca de R$ 93,6 bilhões em vendas. Assim o Brasil ficou na 5ª posição do ranking dos países mais importantes para o setor.

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