Do mundo esperançoso

Stefan Salej*
Sempre no final do ano gregoriano fazem-se análises do ano que passou e das perspectivas para o próximo ano. Vamos ver o que ainda sobrou nestas conturbações para o próximo ano.
O Afeganistão continua em guerra já há 18 anos, desde que os Estados Unidos iniciaram a sua luta contra os talibãs, que eles antes apoiavam contra os então soviéticos que invadiram o país. Nada indica que haverá alguma mudança no próximo ano.
O Iêmen, pequeno país na península arábica, que também sofre conflitos armados há décadas e se transformou na maior crise humanitária deste século, não tem nenhuma perspectiva de paz.
As negociações de paz entre palestinos e Israel continuam estancadas e os ataques a Israel pelo grupo terrorista Hamas, que também voltou a ser força dominante no Líbano, não param. Qualquer oportunidade, sejam ataques pelos túneis, sejam esfaqueamentos ou lançamento de mísseis para atingir Israel, é aproveitada.
A África tem um espectro de conflitos que vão do Mali ao Congo, passam pelos grupos islâmicos na Nigéria e alguns outros países, conflitos raciais e de posse de terra na África do Sul, mas por outro lado leva os analistas econômicos a sempre dizerem que o continente continua sendo o que possui as maiores possibilidades de crescimento e oportunidades.
A América Central, notadamente a Nicarágua, Honduras e Guatemala, entraram em uma perturbação popular que vai desde o descontentamento com o governo, como no caso do primeiro país mencionado, ao total domínio de gangues e criminosos nos dois outros países. Uma tragédia e um conflito com mortes de inocentes e fuga para os Estados Unidos que são totalmente ignorados pelos países latino-americanos.
A Síria continuará sem perspectiva de paz. Pode diminuir o fluxo migratório, afinal quem sobrou, mas o conflito é hoje uma disputa de poder de grandes potências que não querem paz.
O terrorismo islâmico em várias formas continua sem solução. Os terroristas não são mais estrangeiros, mas, como foram nos últimos casos na França, nacionais do próprio país que lutam em sua terra natal em nome do Islã. Muito complexo e de difícil solução.
Neste ano sem nenhuma falta de desgraça no mundo e relembrando os 100 anos da Primeira Guerra Mundial, apareceu a guerra tecnológica e comercial entre os Estados Unidos e a China. Apesar de que o Brasil aparentemente se beneficia desse conflito, aumentando suas exportações para a China, o conflito tem reduzido o crescimento mundial e aumentando a volatilidade da economia mundial. E ele continua sem nenhuma perspectiva de solução a curto prazo.
Então, só cabe esperar que a paz prevaleça no mundo.
- Ex-presidente do Sebrae Minas e da Fiemg – Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais e Coordenador adjunto do Gacint – Grupo de Acompanhamento de Conjuntura Internacional da USP
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