Liderança requer manual?
Sônia Jordão*
Sempre que alguém conduz uma pessoa em uma direção específica e influencia a tomar certas atitudes está liderando. A liderança é a arte de conduzir pessoas para que façam o que é necessário por livre e espontânea vontade. Quando o foco é a empresa, pode-se dizer que líderes são aqueles que conseguem os resultados esperado por meio de outras pessoas. Para uma liderança efetiva, existem oito funções que também funcionam como etapas: definição da tarefa, planejamento, instrução, controle, avaliação, motivação, organização e ser exemplar.
A definição de tarefa é “algo que precisa ser feito”. Os integrantes das equipes sabem quais são suas funções, mas o objetivo deve ter clareza, concretude, limite de tempo, realismo, desafios e possibilidade de avaliação. Sem definição de metas, a equipe pode chegar perto do propósito, mas sem executar a tarefa corretamente, no tempo necessário e com menor custo. Aos líderes, cabe a função de responderem às perguntas “por quê”, “quando” e “o que” a equipe deve fazer.
O planejamento é a ponte mental da partida até onde se deseja chegar ao atingir os objetivos. Um processo de análise permite avaliar os resultados e auxiliar na tomada de decisões. Você planeja e controla para saber se o que foi traçado está, de fato, sendo executado. Os líderes precisam estar atentos à concorrência, às novidades e às necessidades dos clientes.
Instruir é a arte de comunicar objetivos, tarefas e planos à equipe. O processo mais comum de transmitir instruções é uma reunião com a equipe, mas, nem sempre, o que você fala, está sendo ouvido e compreendido. É preciso estabelecer uma estratégia de comunicação para transmitir as informações mais importantes de maneira facilmente assimilável.
O controle garante a canalização da energia da equipe para a execução da tarefa. Os bons líderes contam com o autocontrole e a autodisciplina dos outros. Os recursos não devem ser impostos para as pessoas não sentirem a perda da liberdade. Elas precisam perceber que são livres e iguais. É mais eficaz depender do controle baseado no comprometimento que na autoridade.
A avaliação é efetuada durante a execução. O líder justo deve saber quais são os valores da organização para avaliação. Um bom líder se preocupa em fazer elogios aos membros de sua equipe. Quando as pessoas escutam elogio, se sentem na obrigação de manter a boa reputação, focando o reconhecimento na ação, no fato e não a pessoa. Deve-se dar um feedback honesto e preciso com uma crítica construtiva, elogiando, sinceramente sem, por outro lado, jamais ser injusto com o avaliado.
Do verbo latino “mover”, motivar é despertar a força e a energia interior de cada pessoa. No âmbito empresarial, para se conseguir, realmente, motivar alguém é preciso conhecer as metas, sabendo “aonde chegar” e o porquê de querer chegar lá. É importante pontuar qualidades e não fazer bajulação ou falsidade. Elogiar requer atenção com o outro, para, então, reconhecer cada avanço.
Na função de organização, o líder cuida da formação da equipe para que o trabalho e o próprio time sejam eficientes e eficazes. O líder precisa investir em sistemas para um gerenciamento mais efetivo da empresa. Já, a administração desobstrui a equipe para se tornar eficaz, criativa e inovadora.
É fundamental ser exemplar. As pessoas observam o líder e procuram ver quem ele é e o que faz, assim como o que diz. É bom que você faça o que prometeu, evitando pedir aos funcionários para fazerem coisas que ele próprio não faria. Como disse H. Jackson Brown certa vez: “Não espere que as outras pessoas ouçam o seu conselho e ignorem o seu exemplo.”
*Especialista em liderança e autora do livro “A arte de liderar – Vivenciando mudanças num mundo globalizado”
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