EDITORIAL | A união é que faz diferença

O governador Romeu Zema, empresário bem-sucedido e assim reconhecido depois de três décadas à frente dos negócios da família, cujo porte multiplicou várias vezes, certamente está estranhando o ambiente político, do qual, tanto quanto se sabe, nunca esteve próximo.
Aliás, fez dessa condição um dos argumentos que sustentaram sua candidatura e, adiante, a vitória que, dizem, nem ele mesmo esperava. E encontrou pela frente uma realidade, além de incômoda, por conta dos maus hábitos predominantes, bastante dura, com contas atrasadas e um déficit que, sem mudanças drásticas, poderão levar o Estado, por volta do final do ano, segundo algumas avaliações, a uma situação de insolvência. E tudo isso, como é sabido, agravado pela virtual paralisação do setor mineral, do qual a economia estadual é fortemente dependente.
Há quem diga que o governador, neófito do ambiente político, não teria condições de enfrentar tantos e tão grandes problemas, derrubando os muros levantados no mundo político, que o acusa de não saber negociar, não ser capaz de criar alianças que sustentem seu projeto. Pode ser verdade ou não, na verdade pouco importa.
Importaria, sim, entender o tamanho das dificuldades que Minas Gerais enfrenta e igualmente o tamanho da responsabilidade que pesa sobre os ombros dos agentes públicos, aqueles que se apresentaram e foram escolhidos exatamente porque prometiam o novo, o diferente, e o melhor
Muito impressiona, sobretudo da parte do Legislativo, que, ao contrário das aparências detém o poder real, passados três meses desde a troca de governo, que todos continuem se comportando como se não existissem problemas e muitas dificuldades a superar. Pior, como se a responsabilidade estivesse sempre do outro lado da mesa.
Nesse ambiente, e apesar da movimentação proativa de lideranças empresariais expressivas, preocupadas em devolver ao Estado o protagonismo que lhe deveria se intrínseco, as mudanças possíveis vão sendo adiadas indefinidamente, numa paralisia que só faz aumentar os temores com relação ao futuro.
Simplesmente não existe, ou não deveria existir, espaço para divergências, para contrariedades, para cobranças impertinentes, como fazem aqueles que não se dão conta de que o atual governador encontrou os cofres vazios.
A solução está na união, no conhecimento dos problemas e, sobretudo, das suas causas, o que significaria, de verdade, disposição de mudar e de fazer melhor.
Fora dessa trilha, não temos dúvidas, estaremos todos perdendo e Minas Gerais, infelizmente, cada vez mais distante do que já foi e do que poderia ser.
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