Opinião

28 de abril: pela preservação da vida nos ambientes de trabalho

28 de abril: pela preservação da vida nos ambientes de trabalho

VANDA ANACLETO*

Para a obra, o condomínio, o metrô, para a mina, no trânsito, para o hospital, para a loja. Seja para qual for o caminho, pessoas trabalhadoras saem de casa todos os dias para conviver com os riscos e situações perigosas típicas das organizações em que atuam.

Vítimas das pequenas grandes tragédias concebidas diariamente nos locais de trabalho, esses indivíduos retratam uma estatística assustadora: o Brasil, segundo dados da Organização Internacional do Trabalho – OIT (2013), ocupa o 4º lugar no ranking mundial dos países que matam trabalhadores em função de suas atividades laborais.

Neste sentido, a data de 28 de abril, estabelecida pela Lei nº 11.121 de maio de 2005, vem para, além de prestar uma homenagem aos que adoeceram ou morreram no trabalho, informar e sensibilizar a sociedade sobre as ações preventivas em relação aos aspectos de Segurança e Saúde.

Além desta, outras legislações, programas e estratégias do governo brasileiro constituem um conjunto de políticas públicas para o resguardo quanto aos danos à segurança e à saúde nas atividades que os trabalhadores executam em seu dia a dia.

A Segurança e Saúde do Trabalho (SST) trata-se de ciência que exige bem mais do que simplesmente analisar situações de risco ou classificar ambientes como insalubres, perigosos ou penosos. Demanda esforços e uma sinergia interdisciplinar de tantas outras áreas do conhecimento, como a educação, a gestão, a ergologia (estudo situações do trabalho), a ergonomia, a engenharia de produção, a economia, a medicina, a psicologia e a sociologia do trabalho.

Esses esforços são criados para que se possa concretizar a ideia de que as empresas, públicas ou privadas, sejam impedidas legalmente de devolver, à família e à sociedade, trabalhadores doentes, incapacitados ou mortos em razão do seu trabalho.

A operacionalização das ações relacionadas à Segurança e à Saúde do Trabalhador une as práticas preventivas e ações de enfrentamento ao sofrimento individual e coletivo de uma classe trabalhadora dentro e fora das organizações, conduzidas por profissionais que compõem o Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT).

Como base desta equipe, o Técnico em Segurança do Trabalho (TST) se destaca, uma vez que apoia o gerenciamento dos riscos presentes nos processos produtivos e também utiliza dos saberes do próprio trabalho para educar a favor da prevenção de acidentes e doenças.

Este profissional tem, ainda, a missão de colaborar para o entendimento organizacional de que investir em SST significa reduzir gastos despendidos em função do acolhimento aos casos de afastamento, aposentadorias por invalidez, salários, quedas na produção, capacitação da força de trabalho, reabilitação profissional, custos administrativos do sistema privado e público e demais impactos sobre a sociedade.

O TST potencializa as forças em favor da proteção da vida, reforçando a prevenção de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho e atuando na mão contrária da permissividade, da corrupção e da ganância de algumas organizações.

O dia 28 de abril deve também servir de momento de reflexão sobre quantos compromissos assumidos pelos profissionais da Segurança e Saúde do Trabalhador, empresas e governo já salvaram tantos outros trabalhadores.

Para tanto, estes atores sociais devem movimentar-se de forma proativa em favor da preservação e valorização da vida, dando a ela sentido prático nos contextos reais de trabalho.

*Orientadora de cursos do Senac, técnica em Segurança do Trabalho e mestre em Gestão Social, Educação e Desenvolvimento Local

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas