Segmento é promissor para o couro de tilápia
Salvador Ricciardi Júnior é proprietário do curtume Rana Peles, em Guaxupé (Sul de Minas Gerais). Ele conta que o auge do couro de tilápia foi entre 2010 e 2013, quando havia uma fábrica especializada em produtos de couro de peixe e búfalo em Goiânia. O empreendimento fechou em 2014. De lá para cá, os fabricantes têm preferido couros de peixes maiores, como o pirarucu.
“O problema da tilápia é o couro pequeno, o que exige muita emenda”, explica.
Ainda assim, há procura. Ele tem fornecido couro de tilápia para a produção de botas de uma fábrica de calçados em Andradas (Sul de Minas Gerais) e para a produção de bolsas, carteiras e cintos de um fabricante do Braz, em São Paulo. Segundo ele, há fábricas que utilizam essa matéria-prima nas cidades paulistas de Franca, Barretos e Campinas.
Atualmente Salvador trabalha com tilápia em escala comercial. Ele começou em 1987, quando abriu um criatório de rã, em uma época em que a pele desse animal tinha muito valor. Hoje trabalha com peixe, bucho de boi (retículo bovino), jacaré e avestruz.
“Com rã não trabalho mais porque é um mercado muito difícil.” No ramo de peixes, conta que já curtiu pacu e outras espécies.
“Compro as tilápias na região. Aqui na represa de Furnas há pescadores e um criatório em gaiolas. Recebo a pele congelada e limpa, sem a carne.”
“Clientes preferem preto, café, tabaco e havana (castanho alaranjado). Às vezes pedem um bordô para fazer algum acabamento”, revela.
A qualidade do couro que recebe é boa. “Vem tudo direitinho, classificado. Peço tilápias acima de um quilo. Normalmente os peixes são abatidos com 700g a 800g, que é o peso mais viável para a carne. Para deixar mais tempo, aumenta o custo para o produtor,” explica.
Ouça a rádio de Minas