Opinião

EDITORIAL | Simplicidade é a resposta

EDITORIAL | Simplicidade é a resposta
Créditos: Renato Cobucci/ Imprensa MG

Ainda ontem, neste espaço, comentávamos o fato de que a economia brasileira não está reagindo como esperado, situação que começa a afetar o ânimo de investidores. E tudo por conta da demora de algumas definições cruciais, como a reforma da Previdência, em torno da qual parecem concentradas todas as energias, sem que se perceba que mesmo o corte proposto pelo Executivo, na hipótese improvável de vir a ser integralmente aprovado, não bastará para restaurar o equilíbrio. Na realidade, dizíamos, será preciso fazer muito mais.

Por coincidência, feliz coincidência convém remarcar, Minas Gerais foi escolhido para o lançamento do Programa Mobilização pelo Emprego e Competitividade – por um Brasil Competitivo. O nome escolhido, talvez pomposo, pode ser traduzido com mais naturalidade, revelando a intenção de fazer muito com pouco, tendo como chave, especialmente nas relações do Estado com o cidadão e particularmente com os empreendedores, da simplicidade. Trata-se de fazer mais que eliminar gargalos ou promover o sempre adiado “destravamento” simbolizado pelo setor público pesado e ineficiente, por uma burocracia sufocante e cara que corrói a eficiência e reduz a competitividade.

Para o secretário Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos Costa, que veio a Belo Horizonte para o lançamento do programa, a ambição é maior e o que se pretende e o que chamou de “desacorrentamento” da economia, tendo por objetivo alcançar eficiência e competitividade. Na mesma linha o governador Romeu Zema aproveitou a ocasião para anunciar que em Minas estão sendo preparadas duzentas medidas simplificadoras do ambiente de negócios, lembrando que nossos problemas exigem simplicidade em primeiro lugar, inspirando soluções criativas para um ambiente de negócios mais eficiente.

Passar do discurso para a ação, numa mobilização nacional, poderá ser um dos elementos essenciais ao grande salto aguardado faz tanto tempo e sempre adiado. A diferença é que agora parece não dar mais para esperar, para continuar sonhando com um futuro que não chega. Também presente ao evento da semana passada, o presidente da Federação das Indústrias, Flávio Roscoe, depois de lembrar que a solução para os problemas nacionais está na iniciativa privada, desde que lhe sejam dadas condições para cumprir seu papel. E lembrou que no País os chamados “custos ocultos”, que não são tributários, oneram a atividade produtiva em pelo menos 16%.

A esperança é que atacar estes problemas depende mais de vontade política que propriamente de recursos, além de muita coragem para remover o peso que o Estado brasileiro carrega inutilmente.

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