MRS Logística investirá R$ 12 bilhões em Minas

Os investimentos da MRS Logística, com sede operacional em Juiz de Fora (Zona da Mata), em contrapartida à antecipação da renovação do contrato de concessão da ferrovia que corta os estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, deverão chegar a R$ 22 bilhões nos próximos 30 anos. Desse total, pelo menos R$ 12 bilhões, ou 54,5%, ficarão em território mineiro.
A informação consta do plano de renovação da concessão da ferrovia proposto pela companhia e foi confirmada pelo diretor de Relações Institucionais da empresa, Gustavo Bambini, durante audiência pública realizada em Belo Horizonte.
“A divisão e aplicação dos recursos são feitas de forma técnica e racional para garantir o aumento de capacidade e melhoria da via como um todo. No entanto, considerando o tamanho da malha e a grande concentração de indústrias ferroviárias do Estado, é natural que a maior parte dos investimentos fique por aqui”, explicou. Serão consideradas ainda as necessidades da malha de cada região.
Do total proposto, conforme Bambini, os investimentos que serão realizados para aumento de capacidade e melhoria operacional necessários para atender à demanda prevista e aos parâmetros de desempenho da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), e os aportes em obras de interesse público chegarão a cerca de R$ 7,5 bilhões.
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“Os investimentos em aumento de capacidade e melhoria de desempenho incluem aportes em ampliações de pátios, remodelação da via permanente, ampliação de instalações e aquisição de novos vagões e locomotivas. São da ordem de R$ 3,1 bilhões,”, disse.
Já os projetos de interesse público terão investimentos estimados em R$ 4,4 bilhões e incluem obras para eliminação de conflitos entre a ferrovia e as cidades, aumento de intermodalidade e desafogamento das estradas. Este valor é uma estimativa da MRS, correspondente à outorga prevista no novo contrato.
Por fim, o plano de negócios também contempla investimentos que darão sustentabilidade aos ativos ferroviários. Esses recursos serão aplicados, por exemplo, numa nova matriz de dormentes, na modernização das locomotivas e vagões e na compra de equipamentos, entre outros. Nessas linhas, serão aplicados outros R$ 14,6 bilhões.
Resultados – Em termos de ganhos, a concessionária estima que os investimentos irão aumentar a eficiência logística, gerar empregos e renda nas cidades. Ao todo, são estimados, por exemplo, 75 mil novos empregos diretos e indiretos até 2056.
Espera-se ainda que, no mesmo período, 6 mil caminhões sejam retirados por dia das rodovias que cortam a região Sudeste e cerca de R$ 70 bilhões em economia estimada na redução de frete para a cadeia logística, na redução do consumo de combustíveis e lubrificantes e na redução de acidentes.
De acordo com o diretor, a partir dos ganhos estruturais, o montante global a ser investido até 2056 – e que será aplicado, em grande parte, nos dez primeiros anos – também permitirá a companhia diversificar ainda mais seu portfólio de transporte de cargas.
Atualmente, do total escoado pela ferrovia, 68% é de minério de ferro e o restante (32%) de carga geral, que vai desde industrializados, produtos siderúrgicos e da agricultura até contêineres diversos. A meta é dividir as participações igualmente nos próximos 30 anos.
“A MRS é uma empresa predominantemente transportadora de minério e, há alguns anos, trabalha alavancar sua participação no transporte de outras cargas. Para isso, a ampliação do prazo de concessão é fundamental para permitir que os investimentos em aumento de capacidade, qualidade e segurança possam continuar sendo realizados”, finalizou.
Além da capital mineira, Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília também receberão, nos próximos dias, audiências públicas da ANTT para colher sugestões e contribuições para os estudos da prorrogação do prazo de vigência contratual da MRS.
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