Economia

Setor cresce em MG, mas clima é de cautela

Setor cresce em MG, mas clima é de cautela
Venda de máquinas e equipamentos destinados ao segmento agrícola foi o destaque do setor no balanço do último mês - Crédito: Alisson J. Silva/Arquivo DC

O faturamento da indústria de máquinas e equipamentos de Minas Gerais avançou 4,1% em maio, em relação ao mês anterior, e 12,8% sobre igual época do ano passado. Os resultados indicam leve retomada do setor, mas também refletem as bases fracas de comparação. No quinto mês do ano passado, o desempenho da atividade sofria influência da greve dos caminhoneiros, que parou o Brasil por onze dias e causou prejuízos a todo o setor produtivo nacional.

A explicação é do membro do conselho administrativo da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Marcelo Veneroso. Segundo ele, embora positivo, o resultado do último mês ainda não pode ser considerado consistente. É necessário cautela em relação às expectativas para os próximos meses.

“Os números já estão melhores que nos meses anteriores, o que indica melhoria do quadro sobre o desempenho já neste exercício. No entanto, quando avaliamos o cenário como um todo e a base de comparação mais ampla, identificamos a base fraca do mesmo mês do ano passado e as incertezas que ainda rondam os investimentos no País”, ponderou.

Em relação à consistência dos números e às expectativas para os próximos meses, Veneroso voltou a falar sobre a dependência da aprovação das reformas estruturais, como a da Previdência e a tributária.

Segundo ele, caso a primeira seja aprovada antes do recesso parlamentar, que começa no dia 18 de julho, e a segunda tenha seus primeiros avanços em seguida, é possível que o setor veja benefícios ainda neste exercício.

“Temos os bens de capitais seriados e os sob encomenda. Caso tenhamos um avanço nas reformas nos próximos meses, é possível que os seriados já colham os resultados ainda em 2019. Já os sob encomenda somente terão incremento no ano que vem”, disse.

De toda maneira, o membro do conselho ponderou que o resultado previsto para este exercício de maneira geral não será suficiente para repor as perdas dos últimos anos. Ao todo, foram cinco anos de quedas consecutivas no faturamento. Em 2018, foi registrada alta de 6% nos resultados da atividade no Estado, desempenho muito aquém dos 60% negativos dos anos anteriores.

Já em relação aos setores que alavancaram o resultado de maio no Estado, Veneroso citou implementos agrícolas.

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Exportações – Vale destacar ainda que o movimento das exportações de máquinas e equipamentos de Minas Gerais em maio sobre abril e o mesmo período do ano passado foi de -3,9% e 29,4%, respectivamente.

Já o nível de utilização da capacidade instalada se manteve praticamente na mesma média em relação aos últimos períodos analisados e frente a maio do ano passado avançou em 2,1%.

O número de pessoas empregadas cresceu 0,3% em maio em relação a abril e, no comparativo com o mesmo mês de 2018, subiu 4,2%. Em ambos os casos, conforme o representante do setor de bens de capital em Minas Gerais, houve influência da recuperação da atividade, ainda que pequena.

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