Responsabilidade social na pauta da FCA
Maior fábrica de automóveis da América Latina, a unidade de Betim da FCA -conhecida como Polo Fiat -, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), faz parte do grupo de empresas fundadoras do Instituto Minas pela Paz. A multinacional desenvolve uma série de projetos e ações voltadas para a responsabilidade social nas comunidades que estão ao seu entorno, em Minas Gerais e em Pernambuco.
De acordo com a coordenadora de Sustentabilidade da FCA para a América Latina, Luciana Costa, a estratégia do grupo se baseia na construção de valores e de um futuro melhor para toda a sociedade.
“Criamos políticas relevantes e entendemos que isso, somado ao que outras organizações e países fazem, melhora o mundo. Fazemos uma reflexão sobre a nossa função social enquanto empresa. Isso vem amadurecendo ao longo de anos de ações mais assistencialistas para projetos estruturantes. Vivemos uma terceira onda que entende que não temos um negócio saudável com uma sociedade tão desigual”, afirma Luciana Costa.
A competência instalada em gestão dentro das empresas talvez seja o maior ativo a ser compartilhado com o poder público e a sociedade. Ao desenvolver ações as empresas criam ao mesmo tempo tecnologias sociais que, pelas mãos dos governos em suas diferentes esferas, ganham escala. Uma empresa de bebidas, por exemplo, pode ter na questão da água o seu maior foco. Na FCA a opção foi por educação e formação profissional.
Em Betim, há 14 anos a FCA começou a fortalecer seus laços com os moradores do Jardim Teresópolis. A comunidade, que fica nos arredores do Polo Fiat, vinha crescendo desordenadamente e em ritmo muito forte. Foi aí que surgiu o projeto “Árvore da Vida”, em parceria com as ONGs AVSI e CDM. O que começou como projeto social, em 2017, se tornou o Instituto Árvore da Vida, com gestão própria.
O Instituto Árvore da Vida trabalha sobre três pilares: atividades socioeducativas (oficinas artísticas, formação humana, iniciação musical em instituições de educação infantil e educomunicação), geração de trabalho e renda (preparação de jovens para o mercado de trabalho, capacitação profissional e parceria com a Cooperárvore), e fortalecimento da comunidade (Instituto Árvore da Vida, financiamento colaborativo e incubação Projeto Judô PAV).
“Isso tem reflexo não apenas no consumo, mas também em um público interno mais saudável e com um nível de escolaridade capaz de fazer as operações. Faz sentido pra nós pensar em educação. A democracia é garantia de direitos e isso se dá na interlocução dos atores. Esse é o caminho para construir uma sociedade mais justa”, analisa a coordenadora de Sustentabilidade da FCA para a América Latina.
Na cidade de Goiana, Zona da Mata Norte de Pernambuco, onde foi instalada uma unidade da Jeep, integrante do Grupo FCA, o processo de integração da mão de obra local exigiu um grande esforço. Do dia para a noite a cidade de economia rural receberia a fábrica mais moderna da FCA no mundo. Todo o equilíbrio social da região seria alterado a partir do simples anúncio da novidade.
“Quando as obras acabaram, tínhamos um contingente de trabalhadores que não tinha mais onde trabalhar. Em parceria com o poder local e outros parceiros conseguimos criar um projeto de educação na localidade e absorver boa parte dessa população. Hoje, 85% da mão de obra da unidade é de Pernambuco, boa parte vinda da construção civil. É a fábrica mais moderna da FCA do mundo. Essa é uma demonstração de que para uma nova sociedade é preciso uma nova forma de atuar. A gente não vai consolidar um conceito democrático se não fizermos isso em conjunto”, completa a executiva.
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