Assembleia avalia cota para cerveja artesanal nos estádios
A venda da cerveja artesanal mineira pode ganhar um incentivo no Estado a partir de uma proposta para que ao menos 30% da cerveja vendida nos estádios de futebol seja do tipo artesanal e produzida em Minas Gerais.
A proposta será apresentada pelo deputado Mauro Tramonte por meio de emenda ao Projeto de Lei (PL) 429/2019, que trata sobre a liberação da venda de bebidas alcoólicas durante o tempo total das partidas. Esse PL já foi aprovado em 1º turno na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
De acordo com o deputado, a emenda será apresentada o quanto antes e é resultado de discussão realizada, na última semana, durante audiência pública da Comissão Extraordinária de Turismo e Gastronomia da ALMG. Durante a reunião, empreendedores e representantes do setor denunciaram os altos impostos para a produção da bebida no Estado e, entre as sugestões para fomentar o setor, surgiu a proposta de uma “cota” para a venda da cerveja artesanal nos estádios.
O deputado faz questão de ressaltar que não se trata de uma proposta para fomentar o uso de bebida alcoólica, mas para incentivar o comércio de um produto local.
“Isso trará benefícios para os empreendedores mineiros e dará visibilidade internacional para um produto regional”, destaca.
Na audiência pública a sugestão foi apresentada pelo diretor da Cervejaria Astúcia, Marcelo Maciel, que citou outros estados, como Paraná e Ceará, onde isso já acontece. Nesses estados a cota para a venda de cerveja artesanal é de 20%.
“Em alguns estádios esse incentivo está acontecendo, inclusive, em outros eventos que acontecem nos estádios para além das partidas de futebol”, afirma.
Ele comemora a decisão do deputado de apresentar a emenda e afirma que, se passar, a proposta não apenas aumentará as vendas dos empreendedores locais, como ajudará a divulgar a cerveja artesanal no Estado.
“Hoje, a cerveja artesanal ainda é vista como um produto elitizado e, por isso, chegar a públicos diferentes é tão importante”, diz.
A sommelier de cervejas e fundadora da Academia Sommelier de Cervejas, Fabiana Arreguy, também vê com bons olhos a proposta. Ela destaca que, hoje, as cervejas artesanais não têm muita entrada nos estádios e, por isso, a reserva de uma cota para elas é muito bem-vinda.
“É uma forma de valorizar a cerveja local e incrementar a renda dos empreendedores mineiros. Além disso, estar nos estádios é uma grande vitrine para as marcas”, avalia.
Circuito cervejeiro – Durante a audiência pública, o deputado Mauro Tramonte também defendeu a proposta de um “circuito cervejeiro” em Minas Gerais.
O nome usado pelo parlamentar levou alguns presentes a acreditarem que ele se referia a um projeto de visitação às cervejarias, como uma atração turística. Mas ele explica que a intenção é a criação de núcleos de trabalho para estudo do segmento.
Segundo ele, a ideia é entender os problemas enfrentados pelos empreendedores em cada região do Estado a fim de que essas demandas sejam concentradas e melhor direcionadas.
A mesma defesa fez o presidente da Empresa de Desenvolvimento Regional do Sul de Minas, Bráz Pagani. Durante a audiência, ele propôs que as entidades do segmento se juntem aos órgãos governamentais e definam uma proposta. Para ele, esse diálogo permitiria a criação de um calendário de eventos e a liberação de recursos de forma organizada.
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