EDITORIAL | Bons motivos para festejar

Apesar dos ajustes que ainda poderão ocorrer, muito provavelmente implicando custos indesejáveis, o resultado da votação em primeiro turno da reforma do sistema previdenciário continua sendo comemorado em Brasília. Os 379 votos obtidos, bem mais que o esperado e uma vitória tranquila, terá como resultado prático redução de gastos somando R$ 900 bilhões em dez anos, algo que poucos esperavam. Inequivocamente o governo saiu fortalecido nesse primeiro momento e, por suposto, abriu espaço para que finalmente sejam concretizadas reformas que, no conjunto, devolvam ao País chances reais de crescimento sustentado.
Impedir que o rombo da Previdência continue a crescer, numa situação que em poucos anos mais levaria à insolvência, representa um grande alívio e assim deve ser comemorado. É preciso, no entanto, compreender que este foi apenas um primeiro passo, numa empreitada que só poderá ser dada como concluída quanto um conjunto de decisões que são igualmente urgentes. E devolvam ao Estado brasileiro proporções de funcionalidade e ganhos de eficiência capazes de atrair investimentos e remunerá-los, dessa forma permitindo que as rodas da economia voltem a girar com a velocidade requerida e com benefícios para toda a população brasileira.
Estamos falando da necessidade de uma compreensão mais ampla do que precisa ser feito, estamos defendendo as reformas que são cobradas desde a redemocratização e que muito pouco avançaram. Reforma política, reforma do Estado, reforma tributária e consolidação da reforma trabalhista, tudo isso num contexto de segurança jurídica, de desburocratização e de correção do desequilíbrio que ao concentrar a renda amplifica o desnível social que por sua vez trava o crescimento econômico, num círculo vicioso mais que secular. Nada, evidentemente, que possa ser feito da noite para o dia, mas um projeto de nação que tenha permanência e com o qual a maioria esteja comprometida. Significa pensar no futuro, pensar nas próximas gerações e não apenas nas próximas eleições.
Nada que altere este senso de urgência cuja imagem mais concreta é o número, ainda muito elevado, de desempregados e subempregados, é a pobreza, ou a penúria, que alcança um círculo ainda maior de brasileiros. Eis o sentido e a necessidade de ações que possam destravar a economia, junto com a simplificação tributária e a desburocratização, já em andamento e com boas perspectivas. Afinal, temos urgências e temos pressa. E nesse contexto parece ser possível afirmar que a recente votação na Câmara dos Deputados reforça a ideia de que é possível avançar, mudando velhos costumes para afinal resgatar nossos melhorares sonhos.
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