Economia

Confiança e intenção de consumo caem em MG

Confiança e intenção de consumo caem em MG
CREDITO:ALISSON J. SILVA

A lenta retomada da economia e a demora na aprovação das tão esperadas reformas estruturantes continuam impactando negativamente o desempenho do comércio varejista de Belo Horizonte.

Trata-se da terceira queda consecutiva de dois indicadores analisados pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG): o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) e a Intenção de Consumo das Famílias (ICF), ambos com reflexos diretos no desempenho das vendas do setor.

De acordo com o levantamento da entidade, baseado em dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), no sexto mês de 2019, o Icec caiu para 109,7 pontos, ante 114,2 em maio, enquanto a ICF ficou em 84,7 pontos, contra 91,2 no mês anterior.

Para a economista da Fecomércio, Bárbara Guimarães, ambos os indicadores estão relacionados fatores decisivos para o setor varejista. Enquanto o Icec avalia o quanto o empresário está disposto a investir em curto e médio prazos, a ICF retrata as condições de consumo atuais e de curto prazo das famílias, o nível de renda doméstico e a segurança no emprego.

“Juntos, eles retratam o atual cenário brasileiro, principalmente no que se refere ao índice de desemprego, que encerrou o primeiro semestre em 11% na capital mineira. Somente este fator já é capaz de interferir na intenção de consumo das pessoas e na confiança e no faturamento dos varejistas”, explicou.

Neste sentido, Bárbara Guimarães chamou atenção para o fato de o índice de confiança do empresário ter permanecido acima da fronteira de satisfação (superior a 100 pontos) e a intenção de consumo das famílias ter registrado a insatisfação dos belo-horizontinos, uma vez que configurou abaixo dos 100 pontos.

Vale destacar que o Icec é composto por três índices, os quais apresentaram recuo em junho sobre o mês anterior. O Indicador de Expectativa do Empresário do Comércio (Ieec), que mede as perspectivas para a economia brasileira, para o comércio e para os estabelecimentos, caiu de 150,6 pontos, apurados em maio, para 147,8 pontos em junho.

Da mesma maneira, o Índice de Investimento do Empresário do Comércio (Iiec), que avalia, por meio do planejamento para o quadro de funcionários, planos de melhorias e a situação dos estoques das empresas, traçando uma estimativa para o nível de investimento desses negócios, reduziu de 97,1 pontos para 94,7 pontos.

Já o Índice de Condições Atuais do Empresário do Comércio (Icaec), que indica, por meio da percepção do empresário, a evolução das condições da economia do País, do setor e das empresas, além do momento atual dos empresários, passou 94,8 pontos em maio para 86,5 pontos no mês passado.

Neste ponto, a economista da Fecomércio-MG lembrou que a lenta retomada da economia e a demora na aprovação das reformas pode estar atrapalhando ainda mais o movimento de recuperação do varejo.

“Os baixos índices da economia e a demora nas resoluções das reformas estruturais fazem com que os comerciantes fiquem mais receosos e não invistam”, justificou.

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Consumo – Já a pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) demonstrou que o índice de renda atual caiu 5,7 pontos, passando de 116,6 para 105,9 pontos no sexto mês do ano. Além disso, apenas 36,8% das famílias se sentem mais seguras nos seus empregos em relação ao mesmo período do ano passado.

De acordo com Bárbara Guimarães, o consumidor se mostra mais receoso, pois tanto os rendimentos atuais como a perspectiva profissional tem apresentado baixo dinamismo.

“As pessoas estão mais cautelosas, preferindo não se comprometerem, principalmente, na aquisição de bens duráveis e semiduráveis, o que impacta no faturamento das empresas do comércio”, concluiu.

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