Cesta básica cai 3,32% em Belo Horizonte

O custo da cesta básica em Belo Horizonte registrou queda de 3,32% em julho deste ano na comparação com o mês anterior, influenciado, principalmente, pela diminuição de 15,73% no preço da batata, de 11,50% no valor do tomate e de 3,12% no custo da banana.
O preço da cesta alimentar mínima necessária para uma pessoa adulta foi de R$ 415,03 no período, segundo a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos divulgada ontem pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
O supervisor técnico do Dieese/MG, Fernando Duarte, explica que os itens que mais contribuíram para essa redução mensal também têm um peso grande para o valor geral da cesta.
“Além de uma queda expressiva, esses são produtos representativos dentro da cesta e por isso causam um impacto significativo no preço total da cesta”, afirma.
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Ainda na base comparativa de julho com junho de 2019, apenas dois produtos apresentaram alta de preços, o arroz (2,54%) e a farinha de trigo (1,95%), enquanto o açúcar não apresentou variação.
Na avaliação de Duarte, apesar do resultado positivo na comparação com o mês anterior, os dados devem ser relativizados, uma vez que, de julho de 2018 a julho deste ano, a Capital mineira apresentou alta de 14,25% no preço da cesta básica. Ele ressalta que, historicamente, o período é de queda no preço da cesta.
“Há uma queda tradicional no preço da cesta nesse mês, já que alguns produtos começam a estabilizar e até aumentar a oferta, seguido de uma sazonalidade de queda. Na análise dos 12 meses observamos que os valores continuam aumentando mesmo diante das restrições ao consumo das famílias muitas vezes impostas pela crise”, esclarece.
Na comparação com julho do ano passado, os produtos que tiveram maior elevação no preço médio foram o tomate (122,78%), a batata (85,47%) e o feijão (41,84%). Apenas três produtos apresentaram redução de preços médios no período, o leite (-16,11%), o café (-10,91%) e a manteiga (-2,36%).
O levantamento do Dieese aponta ainda que o trabalhador que recebe um salário mínimo gastou 45,20% do seu rendimento líquido para adquirir integralmente a alimentação mínima necessária estabelecida pelo governo. Para comprar a alimentação mínima necessária, esse trabalhador precisou trabalhar 91 horas e 29 minutos em julho de 2019. No mês anterior, foram necessárias 94 horas e 38 minutos de trabalho.
Outras capitais – A queda observada em Belo Horizonte também foi registrada nas 17 capitais pesquisadas pelo Dieese. No mês de julho, Aracaju apresentou a maior diminuição no custo do conjunto de alimentos essenciais, com queda de 6,04%, seguida de Natal (-4,02%), Rio de Janeiro (-3,89%) e Recife (-3,81%).
A capital com a cesta mais cara foi Porto Alegre (R$ 493,22), seguida por São Paulo (R$ 493,16), Florianópolis (R$ 483,20) e Rio de Janeiro (R$ 479,28). Os menores valores médios foram observados em Aracaju (R$ 359,95) e Salvador (R$ 372,25).
Assim como a capital mineira, em 12 meses todas as cidades pesquisadas acumularam alta, que variou entre 4,37%, em Aracaju, e 16,36% em Florianópolis.
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