Distribuidoras de aço reduzem em 2,7% as compras, aponta o Inda

Houve uma queda de 2,7% nas compras da rede de distribuição de aço em julho, em comparação ao mesmo período de 2018. Conforme os dados do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), divulgados na sexta-feira (30), o volume total comercializado foi de 276,6 mil toneladas no mês passado, contra 284,4 mil toneladas em julho de 2018.
No entanto, quando se trata da comparação entre julho e junho deste ano, houve um crescimento de 20,2%.
Já as vendas de aços planos, por sua vez, apresentaram crescimento de 4,3% na comparação entre julho deste ano e o mesmo período de 2018, atingindo 288 mil toneladas contra 276 mil toneladas. Já em relação a junho, quando foram vendidas 247,5 mil toneladas, a alta foi de 16,4%.
No acumulado do ano, de janeiro a julho, as vendas tiveram um aumento de 7%, mas, segundo a entidade, para o segundo semestre, os números devem se ajustar para 5% ou 6%.
Em relação aos números de vendas mais positivos no mês passado, o presidente do Inda, Carlos Loureiro, destaca que o incremento na comparação entre julho e junho deste ano não se deve a nenhum fator em especial, mas, sim, às características do próprio mês.
“Junho foi muito ruim e julho não teve nenhum grande movimento. O mês passado teve três dias úteis a mais, o que também está relacionado à alta apresentada. As vendas diárias foram praticamente as mesmas”, diz.
Diante desse cenário, os estoques de julho, em números absolutos, tiveram uma queda de 1,5% em comparação a junho, ficando em 762,7 mil toneladas. O giro foi a 2,6 meses em relação às vendas de julho deste ano.
No que diz respeito às importações de aço, houve queda de 12,7% no mês passado em comparação ao mesmo período de 2018, atingindo 97,2 mil toneladas contra 111,14 mil. Já na comparação entre julho e junho, o incremento foi de 50,2%.
Segundo a entidade, as perspectivas em relação às compras e vendas do mês de agosto são de que se mantenham os mesmo números verificados em julho.
Valores – Apesar de as siderúrgicas terem anunciado alta de aproximadamente 10% nos preços para julho, essa realidade não se concretizou. Os novos valores que entrariam em vigor deveriam ser puxados pela valorização do dólar frente ao real e pelo aumento do preço do minério de ferro no mercado internacional.
De acordo com Loureiro, esse não reajuste é fruto de uma demanda fraca e da briga entre as siderúrgicas pelos clientes e em relação ao market share.
Perspectivas – O presidente do Inda salienta que o mercado está mais fraco e que, para os próximos meses, “na melhor das hipóteses, o consumo ficará ‘0 a 0’. Não acreditamos que vai haver aumento do consumo aparente”, diz.
Nippon Steel cortará investimentos
Tóquio – A Nippon Steel Corp cortará entre 10% e 20% seus investimentos (capex) planejados para o período de três anos até março de 2021, uma vez que a menor demanda por aço em meio à guerra comercial EUA-China afetou seus lucros, disse um executivo da empresa na sexta-feira.
Com um orçamento planejado de 1,7 trilhão de ienes (US$ 16 bilhões) durante o período, a empresa poderia cortar entre 170 bilhões e 340 bilhões de ienes (US$ 1,6 bilhão a US$ 3,2 bilhões) em gastos.
A desaceleração da demanda global de aço para automóveis e máquinas por causa do embate comercial e dos custos mais altos de materiais prejudicou os resultados trimestrais das siderúrgicas japonesas, forçando-as a reduzir suas previsões anuais ou a fornecer perspectivas pessimistas.
No início deste mês, a Nippon Steel, a maior siderúrgica do Japão, registrou uma queda de 33% no lucro dos negócios no trimestre de abril a junho e previu uma queda de 56% no lucro do ano até março de 2020.
A terceira maior siderúrgica do mundo disse naquela ocasião que reduziria os investimentos planejados e venderia ativos no valor de 200 bilhões de ienes devido à queda nos lucros e para manter a saúde financeira.
“Já escolhemos alvos que em grande parte representam um corte de 10%”, disse Yuichiro Kaneko, chefe do departamento de relações com investidores da Nippon Steel, à Reuters por telefone.
Alguns gastos planejados em manutenção regular ou atualizações para suas plantas domésticas serão adiados, enquanto os gastos para aumentar a eficiência de algumas instalações de produção podem ser atrasados, pois a companhia prioriza reparos e atualizações nas instalações com maior eficiência, disse ele. (Reuters)
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