Finanças

Dólar recua e bolsa tem sessão positiva

Dólar recua e bolsa tem sessão positiva
Crédito: LUZ/BM&FBovespa

Buenos Aires e São Paulo – O dólar encerrou ontem com a maior queda por aproximadamente sete meses, em dia marcado por maior otimismo no exterior diante de dados econômicos positivos e alívio em tensões internacionais relacionadas ao Brexit e a protestos em Hong Kong.

O dólar à vista teve queda de 1,783%, a R$ 4,1051 na venda, maior desvalorização desde 31 de janeiro, quando a moeda perdeu 1,797% na sessão. Na B3, o dólar futuro de maior liquidez mostrava desvalorização de 1,51%, a R$ 4,1110.

Para o economista da Tendências Consultoria, Silvio Campos Neto, o real foi beneficiado em grande parte pelos movimentos externos, como a derrota do primeiro-ministro britânico no Parlamento sobre o Brexit e a retirada de um projeto de lei sobre extradição em Hong Kong, com investidores mais estimulados a assumir posições em ativos de maior risco.

“Apesar de serem acontecimentos mais marginais, quando somados aos dados mais positivos da China, eles ajudam a pintar um cenário mais positivo no mercado.”

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A moeda norte-americana também se desvalorizava frente a outras moedas emergentes, como a lira turca e o rand sul-africano. Contra uma cesta de moedas, o dólar tinha queda de 0,57%, a 98,440.

No entanto, a leve queda dos rendimentos dos Treasuries de dez anos apontava para existência de alguma cautela no mercado.

“Temos que acompanhar um dia após o outro, principalmente as questões que envolvem a guerra comercial entre Estados Unidos e China”, afirmou Campos Neto.

No ambiente doméstico, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou nesta quarta-feira, após o encerramento do mercado, o relatório do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) para a PEC da reforma da Previdência. Ainda serão analisadas emendas destacadas para serem votadas separadamente.

Expectativa – O real deve continuar fraco nos próximos meses, à medida que o Banco Central (BC) deve voltar a cortar os juros para impulsionar o crescimento e com as preocupações acerca dos problemas financeiros da Argentina reforçando a tendência de uma moeda sem força, mostrou uma pesquisa da Reuters.

Agora, a expectativa é que o real deva estar em R$ 3,825 por dólar em um ano, de acordo com a mediana das estimativas de 24 analistas consultados entre 29 de agosto e 4 de setembro.

Embora ainda indique apreciação frente à taxa atual (cerca de R$ 4,13 por dólar), o prognóstico indica uma moeda 2,2% mais fraca em relação à estimativa para 12 meses da pesquisa de agosto (R$ 3,74 por dólar). Também é a previsão mais pessimista desde dezembro do ano passado.

De forma geral, contudo, os analistas não veem a atual taxa em torno de R$ 4 como em sintonia com os cenários de economias para o câmbio.

Contanto que a inflação permaneça bem ancorada, o banco central “provavelmente continuará flexibilizando (a política monetária), diminuindo ainda mais o carry nominal em real ante níveis que já são historicamente baixos”, escreveram analistas do Goldman Sachs em relatório na semana passada.

O presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse no mês passado que um cenário benigno para os preços ao consumidor significa que há espaço para mais estímulo monetário. Em julho, o BC cortou a Selic para uma mínima histórica de 6% ao ano.

Bolsa – A bolsa brasileira, impulsionada pela aprovação do texto-base da proposta de reforma da Previdência na CCJ do Senado, subiu 1,52%, a 101.200 mil pontos. O giro financeiro foi de R$ 14,792 bilhões, levemente abaixo da média diária para o ano.

A bolsa argentina também subiu, com alta de 6,87% após o tombo de mais de 11% da véspera. Já o peso perdeu a valorização contra o dólar da véspera e a moeda americana voltou a 56 pesos por dólar, alta de 1,2%, mesmo patamar de segunda (2). (Folhapress/Reuters)

Wall Street tem dia de recuperação

Nova York – Os principais índices acionários de Wall Street se recuperaram ontem, apoiados por dados econômicos robustos da China, alívio de tensões em Hong Kong e pela aprovação de uma lei por parlamentares britânicos para adiar o Brexit, que forneceram certo otimismo a investidores preocupados com o crescimento global.

O índice Dow Jones fechou em alta de 0,91%, a 26.355,47 pontos. O S&P 500 subiu 1,08%, a 2.937,78, e o Nasdaq Composto avançou 1,3%, para 7.976,88 pontos.

Parlamentares da Câmara dos Comuns do Reino Unido votaram no final do dia a aprovação de uma lei que impede o primeiro-ministro Boris Johnson de retirar o país da União Europeia sem um acordo.

Os mercados de ações norte-americanos abriram em alta e avançaram ainda mais durante a sessão após dados mostrarem que a atividade no setor de serviços da China se expandiu no ritmo mais rápido em três meses em agosto, fornecendo um impulso à segunda maior economia do mundo, que vem enfrentando dificuldades para reverter uma prolongada baixa no setor manufatureiro.

Além disso, a líder de Hong Kong, Carrie Lam, retirou um projeto de lei sobre extradição que havia desencadeado meses de protestos muitas vezes violentos na cidade controlada pela China.

“Há um alívio pelas tensões em Hong Kong terem diminuído”, disse Brian Battle, diretor da Performance Trust Capital Partners. “Essa sequência, na ausência de outras más notícias, está permitindo que o mercado avance.”

As ações de tecnologia forneceram o maior impulso entre os 11 principais setores do S&P, com um ganho de 1,7%. O setor de saúde foi o que teve o dia mais fraco, com um avanço de 0,01%. (Reuters)

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