Agronegócio

Epamig realiza estudos para reduzir uso de defensivos químicos na produção

Epamig realiza estudos para reduzir uso de defensivos químicos na produção
Plantas atraem predadores de pragas na área de cultivo - Crédito: Lívia Carvalho/Divulgação

A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) realiza estudos para reduzir a aplicação de defensivos químicos no cultivo de roseiras. Os trabalhos conduzidos no Campo Experimental Risoleta Neves, em São João del-Rei, no Campo das Vertentes, testam o uso de plantas com flores para atrair insetos benéficos.

“Já verificamos que o manjericão e o cravo ajudam a reduzir as populações das pragas como pulgão e ácaro.

Essas plantas também atraem insetos como as joaninhas, os crisopídeos, os parasitoides, dentre outros, que comem as pragas presentes na área de cultivo”, explica a pesquisadora Lívia Carvalho.

As rosas são bastante suscetíveis ao ataque de pragas, como pulgões, ácaros e moscas brancas, que podem causar danos às flores. Como o aspecto visual é bastante valorizado na comercialização, muitos agricultores tendem a realizar pulverizações com inseticidas na tentativa de conter as infestações. Entretanto, assim como ocorre na produção de alimentos, o uso excessivo de produtos químicos pode causar efeitos negativos ao ambiente, aos trabalhadores e aos consumidores.

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As técnicas de produção integrada buscam a diminuição do uso de agrotóxicos no cultivo da roseira, além de contribuir para a melhoria na qualidade das flores produzidas.

“O uso do controle biológico é uma tendência crescente no mercado nacional e internacional com foco na qualidade dos produtos e no respeito ao ambiente e a saúde dos trabalhadores”, completa a pesquisadora Lívia.

Um experimento realizado em propriedade na Zona Rural de São João del-Rei, no ano de 2016, apontou vantagens do uso do manjericão na atração de insetos benéficos e redução das pragas, inclusive, na comparação com o controle químico. Enquanto o manjericão atraiu uma diversidade de inimigos naturais, a área de cultivo convencional, apesar de sucessivas pulverizações de produtos químicos, registrou a ocorrência de várias pragas, que se alimentam de materiais vegetais.

Atualmente, os produtores Antônio e Maura Taroco estão utilizando o manjericão para o controle biológico no cultivo de flores comestíveis.

“Notamos, no trabalho com as rosas, que o manjericão repele bastante e nas flores comestíveis não podemos usar nenhum tipo de defensivo”, afirma Antônio, acrescentado que existe um mercado diferenciado para a comercialização de flores comestíveis em sistema agroecológico. “Essas flores, assim com as hortaliças orgânicas, têm um ganho no valor”.

Os projetos de pesquisas realizados no período de 2015 a 2019 tiveram apoio financeiro da Fundação de Amparo Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A EPAMIG é uma instituição vinculada à Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento. (Da Redação)

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