Segurança para investir

Raphael Mendes*
Sentir-se seguro com suas decisões financeiras é o que todo investidor deseja. Saber qual a escolha irá trazer tranquilidade é a pergunta mais ouvida entre dez de cada dez interessados em aplicações futuras. Pois bem: para quem quer uma boa opção, a previdência privada pode oferecer baixo risco e ainda é possível, no mínimo, complementar a renda futura. Ainda que as mudanças não tenham sido implementadas na Previdência Social, atentar sobre esta possibilidade pode ser uma saída para a insegurança geral que assombra quem depende desse regime. Hoje a previdência privada é o segundo investimento mais procurado pelos brasileiros, perdendo apenas para a caderneta de poupança.
Essa alternativa à reforma da Previdência é segura principalmente porque o dinheiro é administrado por um gestor que acompanha o desempenho e fará a alocação do capital, com o objetivo de maximizar o retorno. Ao final do contrato a pessoa tem a aposentadoria garantida e, além disso, esta modalidade de investimento fica de fora do inventário. Ou seja, se o titular morre, os beneficiários recebem o dinheiro com rapidez. Parece que está tudo muito bom, mas há um grande problema para aderir à previdência privada. Nós mesmos.
É da nossa cultura, como brasileiros, termos dificuldades para fazer um planejamento financeiro eficiente. Como na maioria das vezes, entender como funciona é o grande entrave, deixo aqui a minha contribuição como Planejador Financeiro. A previdência privada, como investimento de longo prazo, merece ser estudada com atenção, pois possui um leque de vantagens e também variáveis a considerar e utilizá-las a favor do contribuinte. Entre elas, as taxas e a tributação incidentes. Mas, sem susto, pois é assim mesmo que funciona qualquer investimento financeiro. Basta estar atento ao que prevê o contrato, para que os gastos não corroam o rendimento, e tudo certo.
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O ponto de partida é escolher a modalidade de previdência privada entre o Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) e Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL). Basicamente ambos funcionam de forma parecida, se diferenciando na tributação no Imposto de Renda. Se a declaração do IR de pessoa física é feita no modelo completo, e houver IR a pagar ou não restitui todo o IR retido na fonte, então o PGBL é a melhor alternativa. Na declaração simplificada, melhor optar pelo VGBL. Quanto menos impostos a pagar, maior é a remuneração na data de vencimento da aplicação, que, nesse caso, é a da aposentadoria.
Dos custos, destaco quatro principais: a taxa de administração, cobrada pelo gestor do fundo de previdência privada sobre o montante aplicado; a taxa de carregamento de entrada, para cobrir os custos da empresa na administração dos planos de previdência. A terceira taxa é a de carregamento de saída, como o próprio nome diz, no momento da saída do plano de previdência. E, finalmente, a taxa de performance, ou de rentabilidade, cobrada conforme o resultado alcançado pelo gestor.
A próxima etapa é a da tributação, sendo a mais comum, a tabela progressiva que incide sobre as remunerações. Quanto maior for o salário ou montante alcançado, maior será a alíquota cobrada, com percentuais entre 0% e 27,5% para valores, respectivos, até R$ 1.903,98 e acima de R$ 4.664,69. Mas, para quem utiliza o plano de previdência como um investimento de longo prazo, com o objetivo de ter uma renda mensal maior no futuro, a tabela regressiva é uma maneira eficiente de pagar menos e obter um lucro maior. Com ela as alíquotas são decrescentes e, por isso, quanto mais tempo o dinheiro ficar empregado, menor será o percentual pago.
Por fim, vale ressaltar que a opção da previdência privada como aplicação financeira é segura, ajuda a solidificar o futuro e garantir conforto e bem-estar nos momentos em que o indivíduo mais irá necessitar.
*Sócio-fundador da Akiva Planejamento Financeiro
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