Geeks N’ Orcs vendeu 2,8 mil jogos só em 2018

Utilizados há milhares de anos como forma de diversão e aprendizado, os jogos de tabuleiro e cartas pareciam fadados ao desaparecimento diante das novidades eletrônicas. Entre os anos de 1970 e 2000, eles foram desaparecendo das prateleiras das lojas e do cotidiano das famílias, porém, reinventados com o auxílio da tecnologia e o uso de novos materiais, se integram à cultura pop e se revelam a ponta de lança de um importante e, muitas vezes, insuspeito mercado.
Em 2017, o setor, que inclui jogos de tabuleiro, cartas e memória, faturou cerca de R$ 567 milhões, 6% a mais do que no ano anterior, segundo a Associação Brasileira de Fabricantes de Brinquedos. De acordo com o site especializado BoardGameGeek, 4 mil jogos de tabuleiro foram lançados apenas em 2018.
A Geeks N’ Orcs (GNO), instalada no bairro Castelo, na região da Pampulha, é uma editora que já nasceu especializada nesse tipo de jogo. Lançada em 2015, em seu ano de estreia vendeu 800 unidades de jogos. No ano passado, a Geeks fechou com 2,8 mil jogos comercializados.
De acordo com o CEO da GNO, Renato Simões, o ressurgimento dos jogos começou no início da década de 2010.
“Na Europa, especialmente Alemanha e França, os jogos nunca deixaram de ser produzidos. No Brasil, a volta aconteceu em 2010/2011. Comecei a jogar e não havia praticamente nada em português ou produzido aqui. Comecei, então, a desenhar jogos de forma muito artesanal ainda. Comecei a estudar e vi que existia um mercado carente de produtos nacionais e assim nasceu a GNO, em 2015”, relembra Simões.
O valor de um jogo varia muito dependendo de seu projeto, mas geralmente custa entre R$ 20 mil e R$ 150 mil. Cada etapa do projeto é produzida por um diferente fornecedor, entre brasileiros e estrangeiros. O projeto que deu relevância à GNO foi o jogo Piratas!, que custou cerca de R$ 9 mil entre artes, textos e produção, já a segunda tiragem custou R$ 42 mil.
Atualmente, a marca tem em catálogo os jogos: Por favor, não corte minha cabeça!; Loot; Unreal Estate; Melvin vs Kronk; Futboard e Crop Rotation. A editora conta com 42 pontos de vendas e tem a intenção de fechar 2019 com, pelo menos, 60 lojas.
“Chegamos ao consumidor final através de revendedores como redes de livrarias e lojas multimarcas. O Brasil é um grande mercado e nossa meta é alcançar todo o território e nos tornarmos a maior editora especializada em jogos de tabuleiro do País. Ao mesmo tempo, estamos trabalhado a internacionalização da GNO. Participamos da maior feira do setor, que acontece na Alemanha, em outubro, e já temos reuniões marcadas com empresários europeus, norte-americanos, russos e australianos. Nosso objetivo é ter participação no mercado mundial em breve”, afirma o CEO da GNO.
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