Política

Janot é proibido de aproximar-se de qualquer ministro do Supremo

Janot é proibido de aproximar-se  de qualquer ministro do Supremo
Crédito: Dida Sampaio / Estadão

São Paulo – O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), não só determinou busca e apreensão na casa do ex-procurador-geral Rodrigo Janot na sexta-feira como também o proibiu de “aproximar-se a menos de 200 metros de qualquer um dos ministros desta Corte, bem como impedir seu acesso ao prédio sede e anexos deste tribunal”.

Na decisão, Moraes autoriza a medida por entender que, nas entrevistas concedidas por Janot, há elementos que podem tipificar “incitação ao crime”. O ex-procurador afirmou a veículos de imprensa na última quinta-feira que entrou armado no STF para assassinar Gilmar Mendes.

Para Moraes, o quadro relevado nas entrevistas do ex-procurador é “gravíssimo”. “Sugere que aqueles que não concordem com decisões proferidas pelos ministros desta corte devem resolver essas pendências usando de violência, armas de fogo e, até, com a prática de delitos contra a vida”, escreve Moraes.

O ministro do STF afirma ainda que viu requisitos para a busca e apreensão porque as declarações de Janot “sinalizam a necessidade da medida para verificar a eventual existência de planejamento de novos atos atentatórios ao ministro Gilmar Mendes e as próprias dependências do Supremo Tribunal Federal”.

Moraes determinou a suspensão do porte de arma do ex-procurador e autorizou a Polícia Federal (PF) a analisar o material apreendido e a tomar o depoimento de Janot.
Agentes da PF fizeram busca e apreensão em um apartamento ligado a Janot. A decisão de Moraes ocorre no âmbito do inquérito que investiga ameaças a integrantes do STF.
Gilmar encaminhou um requerimento a Moraes pedindo providências contra Janot. Gilmar chamou Janot de “potencial facínora” e defendeu mudanças no sistema de escolha de ocupantes do cargo.

O ex-procurador narra o episódio em que cogitou assassinar o ministro num livro de memórias que está lançando neste mês, sem nomear Gilmar. Ele confirmou a identidade de seu alvo ao jornal “Folha de S.Paulo”. “Tenho uma dificuldade enorme de pronunciar o nome desta pessoa”, disse.

Em maio de 2017, como procurador-geral, Janot pediu a suspeição de Gilmar em casos relacionados ao empresário Eike Batista, que se tornara alvo da Lava Jato e era defendido pelo escritório de advocacia do qual a mulher do ministro, Guiomar Feitosa Mendes, é sócia.

Segundo Janot, o ministro reagiu lançando suspeitas sobre a atuação de sua filha, Letícia Ladeira Monteiro de Barros, que é advogada e representara a empreiteira OAS no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

“Num dos momentos de dor aguda, de ira cega, botei uma pistola carregada na cintura e por muito pouco não descarreguei na cabeça de uma autoridade de língua ferina que, em meio àquela algaravia orquestrada pelos investigados, resolvera fazer graça com minha filha”, diz Janot no livro. (Folhapress)

Temer desmente ex-procurador-geral

São Paulo – O ex-presidente Michel Temer (MDB) afirmou na sexta-feira (27) que Rodrigo Janot, ex-procurador-geral da República, revelou-se um “insano homicida-suicida”, além de ser “mentiroso contumaz e desmemoriado”.

A crítica, feita por meio de nota, é uma resposta a acusações que Janot fez contra Temer em seu livro de memórias, “Nada Menos que Tudo” (editora Planeta), escrito com a colaboração dos jornalistas Jailton de Carvalho e Guilherme Evelin.

No livro, Janot diz que, em março de 2015, o então vice-presidente Temer e o ex-deputado Henrique Eduardo Alves (MDB-RN) pediram que ele arquivasse a primeira investigação aberta contra o então presidente da Câmara, Eduardo Cunha (MDB-RJ), hoje preso no Rio de Janeiro.

Temer diz que as ocasiões em que o ex-procurador-geral esteve com ele “foram para detratar e desmoralizar os possíveis integrantes de lista tríplice para procurador-geral da República e para sugerir que nomeasse alguém fora da lista”. “Não merece consideração”, acrescentou.

Quando ainda estava na Procuradoria-Geral da República, Rodrigo Janot denunciou Michel Temer duas vezes, com base nas delações de executivos da J&F, dona da JBS. Em junho de 2017, a Procuradoria acusou o ex-presidente de corrupção passiva, por supostamente ter sido o real beneficiário de uma mala com R$ 500 mil entregue pela JBS ao ex-deputado Rocha Loures. Em setembro do mesmo ano, denunciou Temer sob acusação de obstrução de Justiça e participação em organização criminosa. O emedebista sempre negou que tivesse cometido irregularidades. (Folhapress)

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