Estado responde por 6% de todas as fusões e aquisições no Brasil

Minas Gerais foi o responsável por 6% de todas as fusões e aquisições realizadas no Brasil de janeiro a agosto deste ano. Os dados são de um levantamento divulgado pela PwC Brasil, que mostra, ainda, que no mesmo período, esse tipo de transação cresceu 29% no País em relação a 2018, passando de 411 para 530. Trata-se do maior volume em cinco anos.
A região Sudeste deteve 64% das transações, com destaque para o estado de São Paulo, que registrou 49%, seguido pelo Rio de Janeiro, com 8%. O último lugar ficou para o Espírito Santo, com 1%.
Conforme destaca o sócio da PwC Brasil, Leonardo Dell’Oso, apesar de outros estados terem apresentado crescimento superior em relação ao assunto, os números de Minas Gerais são “bastante razoáveis”, tendo em vista, ainda, que a economia do País cresce a taxas menores do que essa.
Além disso, lembra ele, Minas revela que tem, sim, muito potencial para se expandir ainda mais em relação às fusões e aquisições. “Há no Estado empresas de grande porte, que são atrativas a investidores nacionais e estrangeiros. Existe um potencial de atração de investidores, salientando que o crescimento do País e de Minas é relevante nesse contexto”, afirma.
Economia – Se é assim, o cenário de hoje em dia pode contribuir e muito com os investimentos nessa área. Leonardo Dell’Oso destaca, por exemplo, que o horizonte de fusões e aquisições no Brasil atual é o terceiro melhor registrado desde o início da série histórica, em 2002. “É provável que cheguemos a 900 transações no País até o fim do ano”, diz ele.
De acordo com o sócio da PwC Brasil, esse quadro positivo está relacionado a fatores como a perspectiva de melhora da economia por parte dos investidores. As reformas de equilíbrio fiscal, afirma ele, têm sido consideradas relevantes para o desenvolvimento das empresas e do País.
Além disso, Leonardo Dell’Oso pontua que um cenário de crescimento menor em vários países do mundo tem feito com que os investidores busquem os países emergentes, que oferecem taxas de retornos maiores.
Mesmo assim, os dados da entidade revelam que as transações que envolveram os investidores nacionais representaram 69% das aquisições e compras minoritárias de janeiro a agosto deste ano no Brasil. É a maior representatividade desde 2008.
Os dados mostram, ainda, que houve uma expansão de 39% do interesse dos investidores do próprio País, de janeiro a agosto, em comparação ao mesmo período de 2018. Os números subiram de 246 transações para 343.
Já o crescimento dos investidores estrangeiros foi de 11% na mesma base de comparação, passando de 142 transações para 157.
“O investidor local investir cada vez mais é um reflexo do fato de que o brasileiro já conhece o cenário do País, visualiza o crescimento econômico e as medidas que estão sendo tomadas, consegue enxergar que isso vai ocorrer. Já o estrangeiro prefere esperar acontecer de fato”, diz Leonardo Dell’Oso.
Liderança – O setor de TI é o primeiro na lista de fusões e aquisições realizadas no País. Para se ter uma ideia, o segmento foi o responsável por 154 transações de janeiro a agosto deste ano.
“Esse mercado está muito aquecido. Esse negócio é mais recente, tem apresentado um crescimento forte, as empresas estão buscando se reinventar do ponto de vista tecnológico para sobreviver”, destaca.
Segundo o sócio da PwC Brasil, as transações nesse setor são, porém, de pequeno valor em geral, como aquelas relacionadas a startups em fase inicial de desenvolvimento que vendem parte do negócio, por exemplo.
Perspectivas – Diante de todo esse quadro, as expectativas são de que as transações se desenvolvam cada vez mais, destaca Leonardo Dell’Oso.
“As empresas que estavam segurando os investimentos há muito tempo por causa da crise passaram a abrir as torneiras”, pontua o sócio da PwC Brasil.
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