Farinhas podem ser patrimônio cultural

O Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG) iniciou, em 11 outubro, a pesquisa sobre a produção das farinhas no Estado. A proposta do inventário foi lançada durante as comemorações do Dia do Patrimônio Cultural 2019 – Cozinha e Cultura Alimentar, no Circuito Liberdade. O objetivo é identificar e inventariar os locais de produção, produtos e produtores de farinha de milho e de mandioca que são bases da alimentação de grande parte dos mineiros.
A importância desses saberes e espaços, associados a outros estudos já realizados, motivou o Iepha-MG a iniciar a pesquisa para identificar os Moinhos de Milho e as Casas de Farinha como patrimônio cultural de Minas Gerais.
De acordo com a presidente do Iepha-MG, Michele Arroyo, a pesquisa é um desdobramento do inventário do rio São Francisco, de 2014, por meio do qual foi possível identificar uma série de práticas culturais vinculadas à cultura alimentar naquela região. “A partir de então, colocamos como prioridade o aprofundamento de tais práticas culturais que são centrais em relação aos modos de vida e suas especificidades no território de Minas Gerais”.
Segundo observa o diretor de Proteção e Memória do Iepha-MG, Fernando Pimenta, “mais do que pratos típicos, a cozinha tradicional local é parte fundamental da nossa identidade pois conserva a memória do que fomos e somos, nos fortalecendo como grupo social”. Ele enfatiza que a abertura do cadastro das farinhas em Minas Gerais constitui um passo fundamental para a proteção dessa manifestação cultural, “com vistas, inclusive, a fortalecê-la diante da dramática disputa de mercado”, afirmou Fernando, que conta com a cooperação de todos na construção dessa ação. Ao final, o estudo será apresentado ao Conselho Estadual de Patrimônio Cultural (Conep) para solicitar o reconhecimento dessa produção tradicional como patrimônio cultural de Minas Gerais.
A primeira etapa do projeto será a realização de um cadastro dos produtores e casas de farinhas de Minas Gerais por meio de um formulário disponível no portal do Iepha-MG. A expectativa do Iepha é que prefeituras, pesquisadores e a sociedade em geral participem desse levantamento de forma colaborativa por meio do preenchimento do cadastro disponível no site. Ao final do estudo, serão propostas medidas de proteção e salvaguarda desses bens culturais. A previsão é que o inventário seja concluído no final de 2020. (Com informações do Iepha-MG e Agência Minas).
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